Os rappers alemães Kollegah e Farid Bang fazem referência ao campo de concentração nazi em sua canção "0815", na qual dizem que os seus corpos estão "mais definidos do que o de um preso de Auschwitz".
Na passada quinta-feira, os músicos venceram o prémio Echo na categoria Hip-Hop/Urbano, após venderem mais de 200 mil cópias do seu álbum.
No mesmo dia, Israel celebrou o Yom HaShoah, o Dia em Memória das Vítimas do Holocausto, em homenagem aos seis milhões de judeus que morreram nos campos nazis durante a Segunda Guerra Mundial.
Os dois rappers disseram que rejeitam qualquer forma de antissemitismo e Kollegah ofereceu bilhetes gratuitos "para toda a vida" aos fãs judeus da dupla.
Mas as letras da canção geraram um forte debate na Alemanha, onde a memória dos crimes do regime nazi ainda está viva.
O Ministro da Justiça alemão, Heiko Maas, disse que tais "provocações antissemitas" são "simplesmente repugnantes". "É uma vergonha que este prémio tenha sido entregue no Dia em Memória das Vítimas do Holocausto".
"Hoje em dia na Alemanha há quem seja recompensado por depreciar as mulheres, por exaltar a violência e por fazer piadas com as vítimas de Auschwitz", disse ao jornal Bild Ronald Lauder, presidente do Congresso Judeu Mundial.
"O facto de responsáveis da indústria musical distinguirem tais comentários com a desculpa da arte e da liberdade de expressão é escandaloso", declarou Josef Schuster, presidente do Conselho Central de Judeus da Alemanha.
Antes de os rappers vencerem o prémio Echo, o Comité Internacional de Auschwitz disse que a sua presença na cerimónia era "um estalo na cara dos sobreviventes do Holocausto".
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