A Scotland Yard confirmou à PA que sua "Operação Kaguyak" diz respeito à investigação de 14 casos no total, apresentados por nove mulheres.
As acusações mais recentes foram feitas a 13 de novembro. por uma mulher que afirma ter sido agredida pelo poderoso produtor de Hollywood em Londres em 2011 e noutro país em 2010.
O escândalo Weinstein continua a ganhar maiores contornos à medida que novas acusações surgem contra o magnata. A atriz norte-americana Uma Thurman, vinculada ao estúdio Miramax, de Weinstein, pelas suas interpretações em "Pulp Fiction" e "Kill Bill - A Vingança", rompeu o silêncio e acusou o produtor de assédio e de ameaçar a sua carreira, em entrevista publicada este sábado.
Dezenas de estrelas de Hollywood, como Ashley Judd, Gwyneth Paltrow, Kate Beckinsale e Salma Hayek, acusaram Weinstein de diferentes formas de agressão sexual, desde assédio a violação.
Em entrevista ao The New York Times, Thurman contou que, após uma reunião de trabalho em Paris, Weinstein convidou-a para o seu quarto de hotel e uma sauna. Depois, voltou a encontrar o produtor na sua suite no hotel Savoy de Londres, onde teria sofrido um "primeiro ataque".
"Ele empurrou-me para baixo. Tentou meter-se em cima de mim. Tentou exibir-se. Fez todo tipo de coisas desagradáveis", descreveu a atriz.
"Weinstein admite ter-se equivocado com Thurman em Inglaterra, depois de interpretar mal os seus sinais em Paris. Pediu desculpas imediatamente", diz um comunicado do porta-voz do produtor, que se encontra num programa de reabilitação no Arizona. "A relação entre ambos era uma relação de trabalho divertida e sedutora."
Depois da agressão, que ocorreu após a estreia de "Pulp Fiction" (1994) e antes de "Kill Bill - A Vingança: Vol. 1" (2003), Thurman foi acompanhada da amiga Ilona Herman a uma reunião para confrontar Weinstein. Mas os assistentes do produtor pressionaram-na para se reunir sozinha com ele no seu quarto.
"Se fizer o que fez comigo com outras pessoas, vai perder a sua carreira, a sua reputação e a sua família. Prometo", disse então Thurman a Weinstein.
Segundo Ilona, maquilhadora, a atriz saiu furiosa do encontro com Weinstein. "Estava muito despenteada, e muito incomodada e pálida. Estava a tremer", descreveu, lembrando que Thurman lhe disse, depois, que o produtor havia ameaçado acabar com a sua carreira.
Weinstein negou as acusações e, através do seu porta-voz, disse que considera Uma Thurman "uma atriz brilhante".
"O sentimento difícil que tenho em relação a Harvey é o quão mal me sinto por todas as mulheres que foram atacadas depois de mim", lamentou a atriz.
Além das acusações a Weinstein, Thurman disse ainda que foi obrigada por Quentin Tarantino a fazer uma cena de ação em "Kill Bill: A Vingança" que deixou o seu pescoço "permanentemente lesado" e os joelhos magoados. A atriz revelou ainda que discutiu com o realizador durante vários anos antes de ele finalmente lhe facultar as imagens das gravações do acidente.
Os maiores sucessos de Uma Thurman, "Pulp Fiction" e "Kill Bill: A Vingança", foram dirigidos por Quentin Tarantino e produzidos por Weinstein, dupla que era considerada uma das mais poderosas de Hollywood.
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