"Para mim, o mais importante é que foi algo que me aproximou da comunidade portuguesa. Nunca me pus à parte, mas também nunca verdadeiramente integrei a comunidade. Claro que depois foi também a oportunidade de atuar no Jamel Comedy Club e depois o Jamel convidou-me e integrei a trupe", afirmou Pierre Vitor Pereira, em entrevista à agência Lusa.

Pierre Vitor Pereira é filho de pai português e cresceu nos arredores do Paris. Após uma formação em teatro no liceu, PV acabou por virar-se para a improvisação e em 2018 lançou-se no ‘stand-up’, percorrendo os clubes de Paris até ser convidado para integrar a primeira edição do Portugal Comedy Club, que tem decorrido nos últimos quatro meses no Jamel Comedy Club, o mais antigo clube de ‘stand-up’ da capital francesa.

"Eu sempre quis fazer alguma coisa em ligação a Portugal, mas nunca quis ser identificado aqui em França só como português. Eu quero ser como Gad Elmaleh ou Jamel Debbouze que são marroquinos, mas, acima de tudo, são franceses. Fazem humor em francês, com uma carreira em França, mas com um profundo respeito por Marrocos. Quero ser reconhecido como um artista franco-português", explicou.

O reconhecimento já veio do próprio Jamel Debbouze, um dos maiores humoristas em França e dono do Jamel Comedy Club, pedindo a PV para integrar a trupe permanente do seu clube de comédia. Uma distinção que o coloca entre os artistas mais reconhecidos do humor em terras gaulesas.

"O Jamel Comedy Club é uma verdadeira instituição, existe há muitos anos. Mas integrar a trupe não é um sucesso imediato. Há pessoas que estão há muitos anos, há pessoas que são integradas e pessoas que acabaram de chegar. Eu acabei de chegar, mas acho que me estou a afirmar. Estar neste clube tem muito significado", referiu.

Nas suas sessões de ‘stand-up’ nos clubes, mas também nos espetáculos que faz sozinho nos teatros parisienses, Pierre Vitor Pereira fala da sua vida de casal, do quotidiano de um jovem francês citadino e das suas origens, contando com humor como o pai chegou a França "com 18 anos, na traseira de um camião e com uma perna partida".

"Estou a escrever muito sobre Portugal, é muito bom falar das minhas origens e desta visão de um português nascido em França. Em França, houve muito esta ideia de fazer rir a comunidade fazendo o sotaque português, foi assim durante muito tempo. E é algo fácil, eu compreendo. Eu quero fazer rir as pessoas falando de Portugal, mas sem falar nos clichés", sublinhou.

O próximo passo para Pierre Vitor Pereira é aprender a falar português. Apesar dos verões passados em Viana do Castelo, este franco-português acabou por nunca dominar a língua. Este seria um passo importante para fazer também ‘stand-up’ em Portugal, assumiu.

"Se um dia eu aprender em português, porque não atuar em Portugal", deixou em aberto.

O artista vai continuar a apresentar o seu espetáculo "Presque vrai", coescrito com Camille Masclef, até ao fim do ano no teatro "Petite Loge" e apresenta-se em diversos clubes de humor parisienses, entre eles, o Jamel Comedy Club.

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