O prémio António Cabral, instituído em 2011,em Vila Real, pretende ser uma homenagem ao poeta do Douro, que faleceu em 2007, e visa também estimular novas produções literárias.

A escolha da obra “Inferno” de Pedro Eiras foi “unânime” pelo júri constituído por Isabel Alves e José Eduardo Reis, professores do Departamento de Letras da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), e a escritora Maria Hercília Agarez.

“É uma experiência poética fortemente original e inventiva, uma obra onde confluem registos discursivos de várias proveniências — erudito, prosaico, metafísico, literário — para retratar o falível, vulnerável e destrutivo potencial da mente e da ação humanas”, refere o júri, citado num comunicado divulgado pelo Grémio Literário de Vila-realense.

Em 2021, concorreram ao prémio Literário António Cabral cerca de 60 obras.

A sessão de entrega decorre no dia 16 de outubro, uma semana antes do 14.º aniversário da morte do patrono do prémio que foi instituído pela Câmara de Vila Real, é bienal e tem uma dotação de cinco mil euros.

Pedro Eiras nasceu no Porto em 1975 e, desde 2001, publicou diversas obras de ficção, teatro e “Inferno” representa a sua estreia na poesia.

O prémio, instituído em 2011, já foi atribuído a Amadeu Baptista, Daniel Gonçalves, Nuno de Figueiredo e António Canteiro.

António Cabral foi autor de mais de duas dezenas de títulos nas áreas da poesia, dramaturgia, do romance e do conto, tendo ainda desenvolvido trabalhos de investigação na área dos jogos populares e pedagogia do jogo.

Escreveu, entre outros, "A mulher e a cobra", "O mar e as águias", "Falo-vos da montanha", "A flor e as palavras", "Poemas durienses"", "O Orfeu rebelde", "Aqui. Douro", "Os jogos populares e o ensino", "Novos poemas durienses", "Ouve-se um rumor" ou "Entre quem é".

António Cabral, licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto, foi professor, fundou o Centro Cultural Regional de Vila Real (1979), fundou as revistas Setentrião (1962) e Tellus e o jornal Nordeste Cultural.