“O Festival d’Automne acolhe este ano três espetáculos do encenador Tiago Rodrigues, que oferecem novas perspetivas sobre o património teatral. A criação ‘Catarina e a beleza de matar fascistas’ leva a cena um imperativo rito de passagem numa família que tem como missão, geração após geração, desde o surgimento do fascismo, de erradicar o maior número possível de representantes [daquela ideologia]. As reposições de ‘Sopro’ e ‘By Heart’ são uma hipótese de (re)descobrir o trabalho do artista”, lê-se no site oficial do festival.

“Catarina e a beleza de matar fascistas”, que se estreou em setembro, em Guimarães, estará em cena de 26 de novembro a 19 de dezembro, no Théâtre dès Bouffes du Nord, em Paris.

“É uma peça que nos coloca num contexto imaginário, ficcionado, para pensarmos sobre as nossas vidas e sobre o que poderá ser o futuro, se não tivermos cuidado e não refletirmos e agirmos no presente”, referiu Tiago Rodrigues em setembro, numa apresentação da peça à comunicação social, antes da estreia em Guimarães.

Para o dramaturgo, encenador e diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II, trata-se de uma “abordagem muito clara à ameaça da ascensão de populismos de extrema-direita, de tendência fascista, para não lhe chamar efetivamente fascistas”.

A peça, sublinha, alerta para a premência de a sociedade se questionar sobre a forma como a democracia se pode relacionar “com essa ameaça que não é democrática, que é mesmo antidemocrática”.

Com texto e encenação de Tiago Rodrigues, esta produção do Teatro Nacional D. Maria II conta com um corpo de oito atores portugueses – António Fonseca, Beatriz Maia, Isabel Abreu, Marco Mendonça, Pedro Gil, Romeu Costa, Rui M. Silva e Sara Barros Leitão.

A cenografia é de F. Ribeiro, os figurinos são assinados por José António Tenente, o desenho de luz é de Nuno Meira e a sonoplastia está a cargo de Pedro Costa.

A peça só volta a ser apresentada em Portugal em 2021: entre 11 e 20 de fevereiro, no Porto, no Teatro Carlos Alberto, e, entre 07 e 25 de abril, em Lisboa, no Teatro Nacional D. Maria II.

A programação do Festival D’Automne inclui ainda as reposições de “Sopro”, entre hoje e 16 de outubro, em quatro teatros dos arredores de Paris, e “By Heart”, de 01 a 19 de dezembro, no Théâtre de la Bastille, em Paris.

“Sopro”, que se estreou no Festival de Avignon, em julho de 2017, é uma peça de teatro sobre teatro, a partir da história e das memórias de Cristina Vidal, como aquela sobre a primeira vez em que viu uma peça de teatro, quando tinha cinco anos, dentro da caixa do ponto, debaixo do palco. Aos 21 tornar-se-ia ela mesma uma 'ponto', no Teatro Nacional D. Maria II, onde ainda trabalha.

Em “By Heart”, Tiago Rodrigues ensina um poema a dez pessoas que acabam por aprendê-lo de cor à frente do público, e, enquanto as ensina, vai relatando memórias sobre a sua avó quase-cega, misturadas com escritores e personagens de livros que, de uma ou outra forma, estão ligados a si e à sua avó.

Esta é uma peça sobre a “importância da memória” e “desse invisível contrabando de palavras e ideias que apenas um texto na memória pode oferecer”, como a definiu Tiago Rodrigues, na altura da estreia, em novembro de 2013, no Teatro Municipal Maria Matos, em Lisboa.

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