“Faleceu no dia 22 de novembro, aos 88 anos, Carlos Vítor Machado, conhecido por Carlos Avilez, figura maior do teatro nacional, que nos deixa um legado incontornável na arte da encenação e da formação de atores”, refere o voto.

Carlos Avilez estreou-se como ator em 1956 na Companhia Amélia Rey Colaço – Robles Monteiro, onde permaneceu até 1963, quando passa a dedicar-se à encenação, onde deixa marca profunda, estreando-se com a peça de teatro A Castro, de António Ferreira, destacando-se à época pelo seu cunho inovador e audacioso.

Como encenador passa pela Sociedade Guilherme Cossoul, pelo Teatro Experimental do Porto (TEP) e pelo Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra (CITAC).

Em 1965 funda, com outros artistas, como Maria do Céu Guerra, João Vasco e Zita Duarte, o Teatro Experimental de Cascais (TEC) que desenvolveu, ao longo dos últimos 58 anos, uma atividade contínua de pesquisa e experimentação, tendo aí emergido, em 1993, o projeto da Escola Profissional de Teatro de Cascais, por si fundada e da qual foi diretor e docente, onde formará e inspirará centenas de profissionais.

O seu trabalho foi objeto de reconhecimento, sendo agraciado, entre outros, com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique, com as Medalhas de Honra e Mérito Municipal da Câmara Municipal de Cascais, de Mérito Cultural da Secretaria de Estado da Cultura e da Associação 25 de Abril e a Medalha de Mérito Cultural da Vila de Óbidos.

“Neste momento de enorme perda para a cultura portuguesa, a Assembleia da República manifesta o seu profundo pesar pela morte de Carlos Avilez, vulto incontornável da história do teatro português, destacando o seu percurso enquanto pedagogo e encenador inovador e audacioso, cuja marca permanece e nos inspira, endereçando à família e amigos, as mais sinceras e sentidas condolências”, salienta o voto.