Esta ópera 'joco-séria' foi representada, pela primeira vez, no antigo Teatro do Bairro Alto, em Lisboa, no Carnaval de 1737, e é agora posta em cena pela orquestra de época Os Músicos do Tejo, numa nova versão de concerto, sob a direção musical de Marcos Magalhães.

Esta nova versão "irá privilegiar o texto e o jogo teatral”, segundo comunicado do CCB.

Esta “ópera ao gosto português”, como se referia na época da sua estreia, inclui vários números musicais cantados com acompanhamento orquestral, havendo um “equilíbrio perfeito” entre comicidade de texto, personagens e situações, lê-se na apresentação do espetáculo, que realça a “beleza literária e musical” e o ritmo de desenvolvimento e estruturação da obra.

O elenco é constituído pelos tenores Marco Alves dos Santos e Rodrigo Carreto, o baixo João Fernandes, a soprano Joana Seara, e conta ainda com os cantores e atores Luísa Cruz, Catarina Wallenstein, Carla Vasconcelos, Luís Rodrigues e António Machado.

Estas récitas vão ser gravadas, disse à agência Lusa Marcos Magalhães.

O compositor António Teixeira (1707-1769) foi um dos quatro bolseiros do rei João V, em Roma, tendo assimilado a estética de síntese do Barroco tardio, de que se tornou um expoente.

No regresso a Lisboa, foi nomeado capelão-cantor da Catedral e professor de Canto Gregoriano no Seminário da Patriarcal.

A sua produção conhecida, além da música sacra, congrega cantatas festivas e ópera ao estilo napolitano, assim como a composição da parte musical de alguns libretos de António José da Silva, apresentados no Teatro do Bairro Alto original, com as suas célebres marionetas, como "As Variedades de Proteo" e "O Precipício de Faetonte", além de "As Guerras de Alecrim e Manjerona".

O escritor António José da Silva (1705‑1739), conhecido como “o Judeu”, é visto pelos estudos de História da Literatura Portuguesa, desde Óscar Lopes e António José de Almeida, como o mais importante dramaturgo português, entre Gil Vicente e Almeida Garrett.

A sua obra também conta com títulos como "Vida de Esopo", "Os Encantos de Medeia" e "Labirinto de Creta".

Originário de uma família de cristãos-novos, perseguida pela Inquisição, António José da Silva nasceu no Rio de Janeiro e chegou à capital do reino aos 8 anos. Estudou em Lisboa, depois em Coimbra, onde se formou em Direito.

Em 1726 foi preso pela primeira vez pela Inquisição, acusado de comportamento "judaizante". A acusação de "judeu convicto" levou-o mais tarde ao cárcere e à morte.

António José da Silva foi assassinado pela Inquisição num auto de fé, em 1739.

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