Segundo fonte editorial, pode-se encontrar no romance "alguns paralelismos com a história de Portugal". O protagonista, Benjamim Boavida, faz a prova de sentinela que decidirá o seu futuro no quartel, "acompanhado por um sargento agressivo, num posto de vigia de onde não se vigia quase nada porque o muro é demasiado largo e com uma revolução a agitar-se lá fora", segundo o romance.
"A turbulência parece estar ainda distante, mas a noite será longa e cheia de peripécias. Além disso, depois da noite chega um novo dia — para o país, para Joaquim e também para aquele aquartelado Quartel e para as suas personagens fiéis ao Regulamento ou contestatárias, perdidas entre alcunhas e gírias, que irão tão longe quanto a revolução, ou a imaginação, lhes permitir", prossegue Pires Cabral.
O poeta e ficcionista A.M. Pires Cabral nasceu em Chacim, Macedo de Cavaleiros, no distrito de Bragança, em 1941. Licenciado em Filologia Germânica, foi professor e animador cultural, coorganizador das Jornadas Camilianas de Vila Real. Na área da ficção, já publicou oito livros de contos e seis romances, tendo ganhado o Prémio Círculo de Leitores, com "Sancirilo", o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco, com "O Porco de Erimanto" e o Grande Prémio de Literatura DST pelo título "O Cónego".
Na área da poesia estreou-se em 1974 com "Algures a Nordeste", e já publicou 20 títulos, tendo sido distinguido com o Prémio D. Dinis, por "Que Comboio é Este e Douro: Pizzicato e Chula", Prémio Luís Miguel Nava, por "As Têmporas da Cinza", PEN Clube, pela obra "Arado", Prémio Autores, da Sociedade Portuguesa de Autores, em 2014, pelo título "Gaveta do Fundo", Prémio Nacional Literário João de Deus, em 2021, pela obra "Frentes de Fogo".
O seu mais recente livro de poemas, "Caderneta de Lembranças" valeu-lhe, no ano passado, os prémios de poesia António Gedeão e Ruy Belo.
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