Para homenagear Nelson Mandela, a praia do Aterro, em Matosinhos, acolhe esta semana o festival solidário Nelson Mandela Music Tribute (NMMT). O evento arrancou esta quarta-feira, dia 18 de julho, dia em que o ativista faria 100 anos.

O festival arrancou com o concerto de Cecilia Krull, voz do tema do genérico de "La Casa de Papel". Ainda com o recinto a meio gás, a artista apresentou as canções da sua carreira, mas o ponto alto chegou com "My Life Is Going On", da série espanhola que se tornou num fenómeno mundial com a chegada à Netflix.

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No final do concerto, Cecilia Krull voltou a cantar o tema de "La Casa de Papel", numa versão remisturada. O pouco público que já estava no recinto correu para junto do palco para registar o momento.

Cecilia Krull
créditos: JOÃO ROCHA

À hora do pôr do sol, foi a vez de os Calema subirem ao palco. A  dupla de São Tomé e Príncipe apresentou em Matosinhos o seu mais recente disco, "ANV", e os temas que conquistaram os fãs portugueses, como "A Nossa Vez", "Vai" e "Casa de Madeira".

Corações quentes com Pablo Alborán

O primeiro ponto alto da noite, e que concentrou milhares de pessoas na Praia do Aterro, chegou com Pablo Álboran. Quando subiu a palco, ao som de "No vaya a ser", o cantor espanhol foi recebido com euforia, especialmente pelas fãs que ocupavam as primeiras filas.

Pablo Alborán
créditos: JOÃO ROCHA

Temas como "Quién", "Saturno" e "Prometo" aqueceram os corações na noite fria de Matosinhos. No concerto, o músico agradeceu ainda à organização pelo convite para estar presente no festival.

Durante 45 minutos, o andaluz passeou pelos temas mais populares da sua carreira e derreteu corações com a sua simpatia. "Solamente Tu", "Perdóname" e "Dónde Está el Amor" foram os temas mais celebrados pelo público, que fez eco da voz de Pablo Álboran.

A homenagem de Bob Geldof

Às 22h30, foi a vez de Bob Geldof, que conquistou o público com a sua presença e carisma. "Em 2003, toquei esta canção para o Nelson Mandela", disse o músico irlandês, mentor do projeto Live Aid, antes de arrancar com "Redemption Song", tema de Bob Marley.

"Tornei-me amigo do Nelson Mandela. (...) E ele disse-me que gostava dos Abba", revelou o cantor, antes de cantar um tema em irlandês ("The Great Song of Indifference", de 1990). "Ele gostava de música irlandesa e vou cantar uma canção irlandesa para o Mandela", acrescentou. O tema animou o público, que acompanhou Bob Geldof com palmas.

Para o cantor, é importante lembrar agora os valores de Nelson Mandela "num mundo onde há políticos tolos", como Putin ou Donald Trump. "Nelson Mandela defendia a democracia", frisou.

"É perigoso fazer deste homem [Nelson Mandela] um santo porque Madiba era a pessoa mais humana do mundo. (...) Gostava de conversar, gostava de música, gostava de crianças, gostava de pessoas e sempre que passava uma mulher bonita ele olhava porque era humano", frisou Bob Geldof, lembrando que teve o privilégio de ser amigo do ativista que teria celebrado 100 anos esta quinta-feira, 18 de julho.

O músico acrescentou que "Nelson Mandela foi a pessoa mais especial" que conheceu. "Tornei-me amigo do Nelson Mandela", disse.

Bob Geldof
créditos: JOÃO ROCHA

No concerto, Geldof lembrou que esta era a primeira vez que tocava no Porto. "É estranho e fantástico fazer música há 40 anos e estar no Porto pela primeira vez. Vou tocar música pop, rock e folk. Mas vamos lá ao rock", disse.

Em Matosinhos, como é habitual, o artista esteve acompanhado pelos músicos da formação original de 1977  e por gente mais jovem.

No concerto, Bob Geldof e a sua banda viajaram até ao século passado, recordando os sucessos dos The Boomtown Rats. "When the Night Comes", "I Don't Like Mondays" e "Diamond Smiles" carimbaram o momento de nostalgia, que o público abraçou.

Em Matosinhos, Bob Geldof foi Bob Geldof e conquistou o público com a sua irreverência e simpatia. Trouxe rock, fez os espectadores dançar e deixou recados à sociedade, como já é habitual.

A festa (habitual) dos Kaiser Chiefs

Os Kaiser Chiefs também marcaram presença no primeiro dia do Nelson Mandela Music Tribute. Com muita energia e sempre em sintonia com o público, a banda britânica não trouxe grandes novidades no alinhamento mas confirmou, mais uma vez, que precisa de pouco para fazer a festa.

Sempre irreverente, o grupo de Ricky Wilson sabe bem o que é que os fãs querem ouvir: "Everyday I Love You Less And Less" e "Ruby" foram as canções mais celebradas da noite e que fizeram a poeira levantar na Praia do Aterro.

"Tira o pé do chão", Martin Garrix

À uma e meia da manhã, Martin Garrix instalou uma "discoteca" no recito e foi o rei da festa. O espetáculo do holandês era um dos mais esperados da noite pelo público mais jovem, que fez a festa desde os primeiros segundos.

Com um set enérgico, em que o ritmo e as batidas combinaram com o fogo de artifício, confetes e jogos de luz, Garrix apostou em sucessos comerciais que convidam qualquer um a tirar o pé do chão.