Pedro Gonçalves, fundador dos Dead Combo em 2003 juntamente com o guitarrista Tó Trips, morreu no sábado aos 51 anos, na sequência de um cancro que combatia há anos.

A dupla lisboeta preparava-se para encerrar a digressão de despedida dos palcos após ter criado uma das discografias-chave para compreender a música portuguesa nascida depois da viragem do milénio, de "Vol. I" (2004) a "Odeon Hotel" (2018).

Mas apesar de se ter fixado como um nome de referência, Gonçalves iniciou o percurso de contrabaixista por mero acaso, conforme explicou numa entrevista quando a banda foi editora convidada do portal do SAPO, em 2011 - ano da edição do seu quinto álbum, "Lisboa Mulata".

"Nunca me tinha ocorrido sequer estudar música. Ou tocar profissionalmente, ou ser músico", lembrou ao contar a "história um bocado curiosa" que inclui a passagem nada encorajadora por uma escola de música ("Detestava aquilo") e a entrada inesperada no Hot Clube de Portugal. Um contacto que teve o efeito oposto pela aproximação ao jazz e "por aquelas pessoas me terem mostrado aquele tipo de música e o que é aquilo implicava, não só na música mas na maneira como vês o mundo e como vives". E tudo mudou a partir daí. "Em dois meses, estava a sair da casa dos meus pais, estava tocar, foi uma mudança radical".

Recorde a conversa na redação do SAPO no vídeo acima, que também passa pelas memórias da descoberta musical do duo em contraste com a "demasiada informação" do mundo digital. "Nos anos 80 um gajo trocava cassetes. Havia aquele gajo que tinha o gravador de duas cassetes, chegavas lá e gravavas. Hoje em dia tens uma grande facilidade em fazer isso, de outra maneira, e tens muito mais música disponível", comparou o contrabaixista que, apesar da vénia ao jazz, também tinha grande entusiasmo por algum rock, dos Grinderman aos Queens of the Stone Age.

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