"Astérix e o grifo" é assinado pelo argumentista Jean-Yves Ferri e pelo desenhador Didier Conrad, a dupla que tem dado continuidade à série criada há mais de 60 anos por René Goscinny e Albert Uderzo.

Este é o 39.º álbum de BD protagonizado pelos gauleses Astérix e Obélix e terá uma tiragem mundial de cinco milhões de exemplares, com edição simultânea em vários países, incluindo Portugal, onde sairá em língua portuguesa e em mirandês.

Sobre "Astérix e o grifo", a filha do desenhador, Sylvie Uderzo, revelou que esta é a derradeira história que o pai ainda acompanhou, nos primeiros esboços e trabalho de escrita, antes de morrer em março de 2020.

Na nova banda desenhada, Astérix e Obélix rumam a Leste no encalce do exército romano, que quer capturar um grifo por ordem do imperador Júlio César. É num território desconhecido e gelado, de paisagens brancas na Ásia Central, que os gauleses encontram os Sármatas, povo da antiguidade que é considerado antepassado dos Eslavos.

Além da galeria habitual de personagens, a narrativa conta ainda com um geógrafo romano que tem de partir com a expedição militar, e a quem os autores da BD emprestaram a fisionomia do escritor francês Michel Houellebecq.

Na apresentação hoje do álbum à imprensa, em Vanves, região de Paris, o argumentista Jean-Yves Ferri explicou que "Astérix e o grifo" tem ainda uma abordagem sobre ecologia.

"Os romanos representam um pouco a atitude, digamos, ocidental em relação à natureza e à maneira como se servem dela, enquanto os Sármatas são apresentados como respeitadores do ambiente, em particular dos animais. Os gauleses estão ali no meio, entre ambos", afirmou Ferri.

Além de Astérix e Obélix, entre as personagens que povoam o imaginário criado por Uderzo e Goscinny contam-se ainda o druida Panoramix, o bardo Cacofonix e o pequeno cão Ideiafix, entre muitas outras.

O irredutível guerreiro gaulês apareceu pela primeira vez em Portugal, nas páginas da revista Foguetão, no dia 4 de maio de 1961. A primeira edição portuguesa de um álbum de Astérix data de 1967, e foi "Astérix, o Gaulês".