Esse equipamento cultural do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto acolhe assim várias instalações artísticas que resultam de um trabalho do “ColetivoB_asculhart” com o fotógrafo João Pádua.

Susana Ferreira, diretora do Museu de Lamas, revelou à Lusa que a exposição replica o título de uma obra do filósofo e ensaísta sul-coreano Byung-Chul Han, que, radicado na Alemanha, defende no livro “A Sociedade do Cansaço” (2014) que a sociedade está a viver uma silenciosa mudança de paradigma que vem conduzindo à exaustão patológica.

“A partir dessa reflexão, a exposição conjuga diferentes formas de expressão artística para tentar retratar a voracidade da época em que vivemos, a sua velocidade e o esgotamento que provoca”, explicou a mesma responsável.

As instalações abordam, por isso, diferentes aspetos de uma sociedade em que “o alheamento coletivo e a obsessão pela imagem são as regras dominantes”, do que resulta a valorização da “individualidade inquieta e hiperativa, numa incessante rotina produtiva e competitiva”.

As peças criadas para refletir essa análise estão instaladas em diferentes salas do museu, criando contrastes adicionais com cenários de arte sacra e de escultura em cortiça – que são parte da coleção reunida pelo industrial corticeiro Henrique Amorim (1902-1977) e doada por esse benemérito à Casa do Povo de Santa Maria de Lamas.

Com mecenato da empresa de gestão ambiental Veolia, a exposição “A sociedade do cansaço” pode ser visitada no horário normal de funcionamento do museu, de terça-feira a domingo, das 9h30 às 12h30 e das 14h00 às 17h30, e, durante o verão, também no período noturno, especificamente nas noites de 18, 19 e 25 de agosto, e de 1, 8, 15, 22, 23 e 24 de setembro.