"A causa exata da morte é desconhecida", declarou Eric Trosset, acrescentando que não foi pelo novo coronavírus.

"Ele estava na sua melhor forma, foi bastante repentino. Falei com ele às 13H00 e duas horas depois ele sentiu-se mal e foi transportado para o hospital Pompidou, onde morreu", relatou.

O mestre do afrobeat morava perto de Paris.

Nas décadas de 1960 e 1970, Tony Allen foi o baterista e diretor musical do seu compatriota Fela Kuti, com quem criou o afrobeat, um género sincopado que mistura ritmo iorubá, jazz e funk,  que se tornou uma das correntes fundamentais da música africana no século XX.

A essa música, Fela adicionou as letras revolucionárias e pan-africanistas que o tornariam um dos símbolos da luta pelas liberdades na África.

Com Fela e o grupo Africa 70, Allen gravou cerca de quarenta álbuns, antes de os caminhos dos dois músicos se separassem após 26 anos de colaboração.

O seu ritmo era tão intenso que, quando ele deixou Fela, foi necessário incluir quatro percussionistas na banda.

O músico britânico Brian Eno definiu Tony Allen como o "melhor baterista" de todos os tempos.

Autodidata, Tony Allen começou a tocar aos 18 anos e alimentou-se do som de Dizzy Gillespie e Charlie Parker, além da música africana contemporânea.

Também tocou bateria em The Good, The Bad e The Queen, um dos projetos do ex-líder dos Blur Damon Albarn.