A Justiça francesa arquivou o processo aberto contra o cineasta Luc Besson, acusado há três anos de violação pela atriz belga-holandesa Sand Van Roy, informaram fontes próximas do caso esta quinta-feira (9).

A juíza de instrução de um tribunal de Paris seguiu a opinião do Ministério Público, que pedira o fim da investigação deste caso mediático a 8 de outubro.

"Após um processo que durou três anos e meio [...], a juíza de instrução acaba de arquivar o caso, o que isenta Luc Besson das acusações", disse o advogado do cineasta, Thierry Marembert.

A acusadora questiona há muito tempo o processo aberto pela Justiça francesa, considerando-o tendencioso. A atriz belga-holandesa também disse que a sua vida está "destruída".

"Lamento ter denunciado. Este país não protege as vítimas de pessoas famosas", afirmou num documentário no canal France 2 divulgado em novembro.

Esta quinta-feira, ela anunciou no Twitter uma queixa contra a juíza.

Em outubro de 2019, Luc Besson negou as acusações, mas reconheceu que teve uma relação de dois anos com atriz, que tem um papel pequeno em "Taxi 5", por ele produzido.

"Esta história é uma mentira de A a Z. Não violei esta mulher, nunca violei uma mulher na vida. Nunca levantei a mão a uma mulher. Nunca obriguei fisicamente ou moralmente uma mulher a nada. Nunca droguei uma mulher como li algures. É mentira", afirmou ao canal BFMTV o cineasta de "Nikita", "O Quinto Elemento" e "Valerian e a Cidade dos Mil Planetas", agora com 62 anos.

"Traí minha mulher e os meus filhos. Não aconteceu apenas uma vez, aconteceu várias vezes em 20 anos de casamento", acrescentou o realizador,  casado com a produtora Virginie Besson-Silla.

A 25 de janeiro deste ano, após uma longa audiência, a Justiça declarou-o "testemunha assistida", um estado anterior ao indiciamento ou ao arquivamento.

Sand Van Roy apresentou uma queixa por violação em maio de 2018 contra o produtor e realizador francês, um dia depois de se terencontrado com ele num hotel de luxo da capital francesa.

Dois meses depois, Van Roy denunciou outras violações e agressões sexuais cometidas durante dois anos.

O Ministério Público arquivou essas queixas a 25 de fevereiro de 2019, considerando que não pôde "confirmar a infração denunciada".

A seguir, a atriz apresentou outra queixa no âmbito civil que gerou meses depois a abertura de um processo por violação, agora arquivado.

Posteriormente, mais oito mulheres acusaram o cineasta de gestos inapropriados e até de agressões sexuais, em depoimentos ouvidos pelo jornal francês Mediapart e cuja maioria dos factos já teria prescrito.