Sabias que o Hardwell fez uma remistura de uma música do Nelson Freitas? E que o o DJ n.º 1 do mundo é fã dos Flow 212, especialmente do hit “Ritmo Do Meu Flow”? Ora bem, o SAPO On The Hop também não mas ficou a par de tudo numa conversa com o holandês antes do espectáculo “United We Are”, na MEO Arena, este sábado. Hardwell revela ainda que Mastiksoul, Kura e Buraka Som Sistema são os seus artistas portugueses preferidos, tendo terminado o gig com um mash-up de “Wegue Wegue”, tal como em 2013, e “Hangover (BaBaBa)”.
On The Hop
SAPO On The Hop: Quais são as diferenças entre a tua última digressão – I Am Hardwell – que trouxeste a Portugal em 2013, e a United We Are?
Hardwell: A grande diferença é que a digressão I Am Hardwell foi a minha primeira digressão mundial. Agora acabei de lançar o meu álbum “United We Are” e então, com a digressão United We Are, queria dar uma plataforma ao disco. Esta é a minha digressão mundial para o meu primeiro álbum. Queria criar um espetáculo onde as pessoas pudessem experienciar o disco, uma experiência completa. Foi por isso que decidimos fazer uma nova digressão mundial baseada no álbum.
Achas que a os DJs de EDM estão a pedir tanto dinheiro pelos espetáculos que esta “bolha” vai rebentar?
Não acho que tenha a ver com os preços. Eu acho que tem a ver com… [pausa]
Há demasiados pedidos de espetáculos?
Sim, há muitos pedidos. Tem mais a ver com a quantidade de festivais. Existem tantos festivais se compararmos com o panorama de há uns anos… é quase um exagero, especialmente nos Estados Unidos: existem tantos festivais lá!
Agora, eu não acho que a “bolha de EDM” vai estourar. Está maior do que nunca. Talvez alguns DJs deviam ser mais exclusivos. Vemos lineups em todo o lado com os mesmos DJs.
Para se ter uma carreira longa nesta área é preciso ser-se um bom produtor e não um bom DJ?
Acho que é exatamente ao contrário. Eu comecei como DJ. As pessoas precisam sempre de música, estejam numa discoteca mais pequena ou num grande festival. Precisam sempre de música. Como produtor só consegues ter sucesso se tiveres um tema que vai ser um grande hit mas só durante um certo período de tempo. Depois a tua presença desvanesce. Eu acho que se alguém quiser ter uma carreira longa deve ser um DJ, um DJ muito, muito bom para não ser um produtor que tem apenas um grande hit e tem pedidos para espetáculos.
A música “Sally” do teu álbum é uma curva no teu percurso enquanto DJ e produtor. Alicia-te esta parte de surpreenderes e descobrires novos caminhos para a tua música?
Sim, tentei algo de diferente com este tema. Eu toco sempre Nirvana no meu set, que eu gosto muito - Smells Like Teen Spirit – e resulta sempre muito bem… uma combinação entre um tema rock e um tema EDM. Foi por isso que decidi ter a minha própria canção que juntasse os dois estilos. Depois, eu conheci o Harrison, o cantor da música, em Ibiza, ele foi para o estúdio e escreveu esta letra de loucos! [risos] Teve muita controvérsia, o que foi uma coisa que as pessoas não esperavam de mim. Mas, na realidade, eu gostei mesmo muito da música.
Mas gostas de surpreender o teu público?
Sim, eu gosto de surpreender! Algumas pessoas não gostaram da letra e esperavam algo diferente, mas tudo bem, sem problema. É só uma música num álbum de 14 faixas.
Em 2013 terminaste o teu espetáculo com uma música dos Buraka Som Sistema, “Wegue Wegue”. Na altura também deste boas referências do Kura. Quais são os nomes da música portuguesa que passam pela tua cabeça?
Bem, o Kura vai ser a próxima “grande coisa” de Portugal! Sempre segui a música portuguesa. Tinha 18 anos quando fiz uma remistura oficial para o Nelson Freitas para o tema “Cré Sabe”. E tenho vindo a tocar muitas, mas muitas canções do Mastiksoul. E ainda gosto dos Flow 212, do “Ritmo Do Meu Flow”.
E o que te atrai nos Buraka Som Sistema? Uma banda que é também bastante internacional…
A música deles é tão diferente que é realmente refrescante! Eu vou tocar hoje outra música deles…
Qual?
Hangover!
Para terminar: foste considerado novamente o DJ n.1 do mundo pela DJ Mag. Achas que esta votação tem mais credibilidade ao ser exclusiva dos fãs, invés de estar repleta de críticos da área?
Gira tudo à volta dos fãs. Eles é que decidem o que acontece. O público é quem compra os bilhetes para ver os DJs. São eles que vão a festivais e que têm a oportunidade de ver vários DJs. Acho que é melhor os fãs decidirem por si próprios. Acho que é o mais honesto a fazer. Comparando, por exemplo, com os Grammys: o álbum do Tiësto não foi nomeado porque, supostamente, não era um álbum de dança. Porém, eu acho que é de dança. Não sei o que poderá ser então! [risos] Se não é de dança, qual é a diferença para o Calvin Harris, por exemplo? É estranho…
És contra o critério?
Sim, quem decide… deixem os fãs votar. Seis meses antes dos Grammys perguntem aos fãs quais foram os álbuns de EDM favoritos. Aí decidem quais são os cinco ou seis nomeados. Depois, sim, podem votar normalmente.
Foto: Ana Veiga
Comentários