A própria Nintendo reconhecia, no comunicado inicial, que já antes do lançamento havia “milhares de portugueses” a sair à rua para procurar Pokémon em locais como “igrejas, praias e restaurantes”, surgindo múltiplos relatos e imagens de concentrações em locais públicos de noite e de dia no grupo de Facebook da aplicação para telemóveis, que conta com mais de 23 mil membros.
A aplicação da Niantic encontra-se no topo da lista de transferências quer do iTunes quer da loja da Google (onde foi descarregada, a nível mundial, 1,2 milhões de vezes), e fez com que uma série de serviços fossem listados no portal OLX.
Na zona de Lisboa, há quem venda passeios de mota (“tenho capacete extra com a higiene necessária”, lê-se no anúncio) entre 10 e 20 euros, ou de barco pelo Tejo por 40 com “paragem em todos os ginásios e ‘pokestops’ à escolha do cliente”.
Na aplicação, o utilizador torna-se num treinador de Pokémon (criaturas animadas com vários formatos, com potencial de evolução e transformação para níveis superiores) que deve capturar tantos quantos puder, desenvolvê-los e eventualmente realizar combates com outros jogadores.
Em Setúbal, há, novamente através do OLX, pelo menos, um “chocador de ovos” com “vasta experiência, sem equipa, sério” que diz recolher os telemóveis dos clientes e entregar em sítio a combinar cobrando três euros por “chocar” um ovo de dois quilómetros, sete euros por um de cinco e 10 euros por um de 10 quilómetros, o que significa que, uma vez apanhado um ovo de Pokémon, é necessário colocá-lo numa incubadora e andar – literalmente – a distância necessária até obter o dito.
No Porto, há “treinadores profissionais” que cobram 20 euros para aumentar o nível dos Pokémon, num serviço de “máxima confiança, sem ‘cheats/hacks’, apenas longas caminhadas”, semelhante ao de outro serviço de “Go Walking”, que, segundo o anunciante, faz “chocagem de ovos no Pokémon GO” e “paragem em múltiplos ‘checkpoints’”.
Na quarta-feira, um utilizador do OLX de nome António chegou a publicar um anúncio (o seu primeiro naquele portal) de instalação da aplicação por cinco euros, sem realçar que a aplicação é gratuita.
A aplicação aprofunda o conceito de “apanhá-los todos” dos Pokémon, jogos criados no Japão na década de 1990 para Game Boy que vieram a dar origem a séries de animação e a mais jogos em diversas plataformas da Nintendo.
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