
Com curadoria de João Laia, o piso 0 irá acolher “Escarlate Profundo, Rubi Gritante – The Freestanding Joys”, um projeto da artista francesa Pauline Curnier Jardin centrado no papel das mulheres e de grupos marginalizados no universo europeu do “entretenimento”.
Naquela que é a sua primeira exposição em Portugal, Pauline Curnier Jardin transforma a Galeria Municipal “num parque de diversões, feito de instalações que assumem o duplo papel de obras e espaços de visionamento dos seus filmes”, refere a autarquia em comunicado.
Nas narrativas fílmicas, em torno das convenções de género, poder e violência, a artista mostra as relações de poder na sociedade sob uma luz berrante, por vezes cómica, onde o corpo feminino é apresentado como sujeito ao poder, mas onde as mulheres também subvertem e exercem o próprio poder.
Já no Piso 1, com curadoria de João Laia e Nuno Crespo, estará patente “Profundidade de Campo”, da cineasta, investigadora e artista portuguesa de origem angolana Mónica de Miranda, que representou Portugal na 60.ª Bienal de Veneza, no ano passado.
Em “Profundidade de Campo”, um projeto expositivo construído através do vídeo, da performance e da instalação, Miranda propõe um tempo simultaneamente ficcional e documental, entre o passado, o presente e o futuro, centrado nos vestígios do colonialismo na atualidade.
Esta exposição estará também patente na Escola das Artes da Universidade Católica do Porto.
Nascida no Porto, em 1976, Mónica Miranda está também, desde fevereiro e até junho, representada na Bienal de Sharjah, nos Emirados Árabes Unidos, que é considerada uma plataforma privilegiada para os artistas e agentes culturais darem a conhecer o seu trabalho no Médio Oriente, estatuto que tem vindo a afirmar desde a sua primeira edição em 1993.
Cofundadora do Hangar (Centro de Investigação Artística), em Lisboa, Mónica de Miranda foi nomeada em 2019 para o Prémio EDP Novos Artistas e, em 2014, para o Prémio Novo Banco de Fotografia.
Recentemente, foi contemplada com uma bolsa Soros Arts 2023, “prémio proeminente que apoia arte socialmente engajada”, da rede internacional de filantropia Open Society Foundations.
A obra de Mónica de Miranda está representada em várias coleções, tanto públicas como privadas, entre as quais a Fundação Calouste Gulbenkian, o Museu Nacional de Arte Contemporânea, a Nesr Art Foundation e o Arquivo Municipal de Lisboa.
Por sua vez, o Piso -1 irá acolher “Forma Primeira”, um projeto expositivo de Francisco Pedro Oliveira, com curadoria de Isabeli Santiago.
Num espaço liminar entre abstração e materialidade, o artista – natural de Santa Maria da Feira a residir e trabalhar no Porto – propõe “uma experiência estética e espiritual”.
No interior da instalação, diferentes elementos de trabalho articulam o ecossistema de interesses do artista: etnografia portuguesa, conhecimentos vernaculares e noções sincretistas de espiritualidade.
As três exposições podem ser visitadas, de terça a domingo, das 10:00 às 18:00, até 15 de junho, com exceção de “Forma Primeira”, que fica patente mais uma semana, até dia 22 desse mês.
Ao longo deste período, a Galeria Municipal do Porto promove também visitas, conversas, "ativações de obras" com diferentes artistas e outras atividades, num programa público de acesso gratuito associado a cada projeto.
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