Adaptado do livro “Frankenstein”, de Mary Shelley, o musical demonstra “que é bom sermos todos diferentes dentro de um princípio igualitário”, e como a diferença é necessária, pela originalidade e pela genialidade que muitas vezes gera, explicou o encenador.

“Frankenstiny”, o espetáculo, “opta assim pela segunda vertente de terror” contida na obra da autora britânica, que é “o terror científico”, disse Jorge Gomes Ribeiro, acrescentando ser a primeira vez que a obra é representada em Portugal, contando com música escrita por Diogo Sotto-Mayor.

O terror científico “abre uma janela para um campo que no teatro é muito pertinente que é o fantástico”, e este “não tem de ser aterrorizante”, ainda que possa ter “suspense e [ser] ligeiramente amedrontador, daquele que faz cocegazinhas nos pés”, frisou Gomes Ribeiro.

A peça conta a história do jovem Victor Frankenstein, um estudante de ciências naturais que, seguindo as pisadas de avô cientista, tenta descobrir o segredo da vida.

O ponto de partida para o espetáculo está no âmago da obra de Mary Shelley: a simultânea “normalidade e monstruosidade” do seu protagonista, para a mostrar como “uma criatura que é incompreendida e que pretende ser como o resto da humanidade”.

O desafio da peça consiste assim em mostrar “a importância da diferença e da sua aceitação”, porque ser “diferente não é ser extraordinariamente diferenciado ou separado daquilo que é o grupo ou que são as preferências de uma sociedade”.

Como sublinha Jorge Gomes Ribeiro, ser diferente é antes “ser original”, e isso é necessário, tanto nos dias de hoje como foi ao longo dos séculos.

“É do diferente e dos originais que vem realmente, muitas vezes, a virtuosidade; a genialidade muitas vezes vem daquilo que é diferente”, sublinhou.

A importância da peça está pois em mostrar às crianças “que é bom sermos todos diferentes dentro de um princípio igualitário”.

Com sete músicas originais de Diogo Sotto-Mayor, que assina a direção musical, a nova criação da Companhia da Esquina sucede aos musicais “Conto de Natal”, “Pinóquio” e ao original “A loja dos brinquedos".

A peça tem texto de Jorge Gomes Ribeiro e Pedro Martinho, a partir do original, coreografia de Laura Póvoa, direção vocal de Pedro Pernas e a interpretar estão André Nunes, Brienne Keller, Pedro Pernas, Ricardo Raposo, Sofia Ramos e Zita Milene

A cenografia é de Marta Fernandes da Silva e Jorge Gomes Ribeiro e, os figurinos, de Rita Olivença.

O musical estará em cena até dia 17 de dezembro, com sessões para famílias ao sábado, às 16h00, e, aos domingo, às 11h00.