A notícia foi avançada na quarta-feira pela Agência France Presse, que recorda que Anouk Ricard, de 54 anos, sucede à britânica Posy Simmonds, tornando-se na quinta autora mulher distinguida desde a criação do prémio, em 1974.

Ao receber o prémio, Anouk Ricard, visivelmente emocionada, falou numa “imensa honra” e expressou a sua “alegria” e “orgulho”.

É a primeira vez na história do festival de Angoulême, cuja 52.ª edição abriu ao público esta quinta-feira, que o grande prémio é atribuído em dois anos consecutivos a uma mulher.

“Há uma evolução e isso é ótimo. Todos temos o nosso lugar na BD”, afirmou a premiada.

Anouk Ricard, que se tornou conhecida no meio editorial infantil com a série “Anna et Froga”, que não está editada em Portugal, competia pelo grande prémio com a francesa Catherine Meurisse e a norte-americana Alison Bechdel.

Adepta de um traço quase infantil e de cores vivas, esta desenhadora, formada na Escola de Artes Decorativas de Estrasburgo, retrata frequentemente animais antropomórficos, em situações em que o burlesco compete com o absurdo, sobretudo quando revisita notícias reais retiradas da imprensa regional, refere a France Presse.

Premiado em Angoulême em 2023, o seu livro “Animan” relata a vida de um homem que vive em casal com um sapo e possui o dom de assumir a aparência de qualquer animal, incluindo de um polvo, para pintar vários quadros ao mesmo tempo, e de um gafanhoto, para resolver uma investigação.