O certame, que decorre entre 17 e 26 de fevereiro nesta cidade do litoral norte, reúne, desta vez, 120 autores de expressão ibérica, oriundos de 16 nacionalidades, nomeadamente a portuguesa Hélia Correia e o cabo-verdiano Germano Almeida, que venceram o Prémio Camões em 2015 e 2018, respetivamente.

“Em fevereiro, a Póvoa de Varzim passa a ser o centro da Cultura em Portugal, com este espaço dedicado à literatura, mas também a outras artes como a pintura, escultura, teatro ou cinema. É algo de que os poveiros se orgulham e queremos continuar esta saga, sempre com mais público em 25 edições”, disse hoje Luís Diamantino, vereador com o pelouro da Cultura da Câmara da Póvoa de Varzim, na apresentação do evento.

O autarca apontou que as 11 mesas de debate que acontecem durante o certame terão como temas versos retirados de poemas e canções, desta vez com uma forte ligação ao conceito de liberdade e à revolução do 25 de Abril, havendo, ainda, um 1.º encontro de tradutores, também com mesas de debate, valorizando “a importância das traduções como veículo de conhecimento, resistência e liberdade”.

Um dos momentos altos do Correntes d’Escritas será a atribuição do Prémio Literário Casino da Póvoa de Varzim, que este ano aumentou compensação de 20 para 25 mil euros, e que tem a concurso 13 obras, nove de autores de língua portuguesa e quatro de língua espanhola, de países como Portugal, Brasil, Angola Moçambique, Espanha, Chile e México.

A concurso estão livros de Joana Bértholo, Paulo Moreira, Mário Cláudio, Valter Hugo Mãe, Djaimilia Pereira de Almeida, Alia Trabucco Zéran, Enrique Vila-Matas, Mia Couto, Alejandro Zambra, José Gardeazabal, Giovana Madalosso, Fernanda Melchor e Isabel Figueiredo, sendo o vencedor conhecido no dia inaugural do evento.

Ainda nesse primeiro dia terá lugar, no Cine-Teatro Garrett, palco central do evento, a conferência de abertura, proferida, este ano, pelo professor universitário e filosofo José Gil, subordinada ao tema “Literatura e Filosofia”.

Nesta 25.ª edição do Correntes d’Escritas serão reforçadas algumas das atividades âncora do certame, como a feira do livro, as sessões nas escolas e também a ida do evento às freguesias do concelho da Póvoa de Varzim, com a presença de escritores.

Segundo números divulgados pela organização, desde a primeira edição, no ano de 2000, já passaram pelo Correntes d’Escritas 1.000 autores, num evento que totaliza um número total de 200 mil espectadores, tendo sido, nos últimos 25 anos, lançados mais 500 livros durante o festival.