“O que vamos encontrar neste programa com muitas ações é uma constelação com vários núcleos”, disse à Lusa o diretor do festival, Rui Torrinha, sobre a programação que foi hoje apresentada, em Guimarães.
O evento, que decorre em vários espaços de Guimarães, vai incluir um foco em Espanha, com as presenças de vários protagonistas da “nova era” do flamenco, como Rocío Molina, com “Al Fondo Riela (Lo Otro Del Uno)” (dia 6), La Chachi com Lola Dolores em “Taranto Aleatorio” (dia 7), e “A Sagração da Primavera”, de Israel Galván (dia 15).
“São três peças que abordam o flamenco numa perspetiva quase punk. É importante para o festival pensar sobre as tradições e como é que elas se desenvolvem e trazem, a partir dessa essência, um lugar na contemporaneidade”, afirmou Rui Torrinha.
O diretor do festival notou que a 14.ª edição do GUIdance é “um bocadinho sulista”, pela presença de figuras de Espanha, Itália e Portugal na programação, como a coreógrafa italiana Silvia Gribaudi, que leva ao Centro Cultural Vila Flor “Graces” (dia 8), inspirado em “As Três Graças” de Antonio Canova, do começo do século XIX.
“É a peça que qualquer pessoa que nunca foi ver uma peça de dança deveria ver”, disse Rui Torrinha sobre o espetáculo de Gribaudi.
O festival vai mostrar também outros novos talentos europeus, no âmbito da plataforma Aerowaves, como o solo de Habib Ben Tafous “Here, I bequeath what doesn’t belong to me” (dia 14), uma reflexão do artista sobre a sua vida enquanto homem nascido nos subúrbios de Paris, filho de pais tunisinos e crescido em Bruxelas.
No dia 15, o Centro Internacional das Artes José de Guimarães recebe o espetáculo “Bless the Sound that Saved a Witch like Me”, que consiste numa coreografia de Benjamin Kahn para Sati Veyrunes que “faz o público viajar por uma exploração de gritos, do íntimo ao coletivo”, segundo a sinopse.
O GUIdance recebe ainda o mais recente trabalho de Clara Andermatt, intitulado “Sensorianas” (dia 13), inspirada pela diáspora iraniana em Portugal, enquanto Vera Mantero e Susana Santos Silva estreiam em palco em Guimarães a sua parceria enquanto artistas "muito fortes no improviso".
“O festival tem um programa muito largo, o mediatismo é mais sobre os espetáculos, mas o programa é muito largo e fomos sempre montando o programa abrindo várias portas da relação com a dança”, afirmou Rui Torrinha, realçando os debates, a colaboração com o Cineclube de Guimarães e as visitas às escolas, assim como a iniciativa “Bailar em casa e bailar fora de casa”, que se trata de “danças espontâneas” na cidade.
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