Após uma "edição zero", que encheu vários espaços da cidade com dança entre os dias 13 e 29 de março, o festival regressa este ano com a primeira edição oficial.

Numa conferência de imprensa que decorreu esta quarta-feira, 10 de fevereiro, em Lisboa, a organização afirmou que, no ano passado, passaram pelo festival mais de dois mil espectadores, marca que esperam "ampliar este ano".

A produtora Sara Machado avançou que o orçamento do ano passado, de cerca de 32 mil euros, irá crescer nesta edição para os 45 mil, tornando-se "um orçamento recorde".

"O festival foi um ato de resistência no ano passado, e este ano também vai ser”, vincou o diretor da EIRA, estrutura artística sediada em Lisboa que se dedica há 20 anos ao desenvolvimento e promoção nacional e internacional da dança contemporânea.

O diretor artístico, Francisco Camacho, afirmou que este é um tipo de evento que "não havia e que fazia falta" e que permitirá "reposicionar Lisboa como centro de irradiação para a Europa", assim como "criar pontes com outros núcleos do país, como o Porto".

A principal diferença da edição experimental para a deste ano, avançou o coreógrafo, é a componente internacional do festival, que vai contar com três espetáculos de artistas da Turquia, Egito e Marrocos.

O diretor artístico criticou também o facto de "a crise e a austeridade terem fragilizado o setor", considerando que "a comunidade [da dança] precisava de se afirmar e ter um momento de orgulho".

O festival, que será bienal, vai contar com diversos espetáculos, ‘workshops', palestras, exposições e uma conferência internacional, que se realizará a 7 e a 14 de março, os dias em a organização espera mais afluência.

Durante a conferência de imprensa, o programador Ezequiel Santos destacou o facto de "não ser fácil conseguir levantar um festival inteiro em nove ou dez meses", vincando que o Cumplicidades "está ainda a construir a sua identidade".

Assim, a organização espera plateias com um público diferenciado, e não só pessoas ligadas a esta área.

O festival irá passar por locais como o espaço "Alkanatara", a Casa da Imprensa, a Culturgest, o Museu da Marioneta, o Teatro da Trindade ou o São Luiz Teatro Municipal.

Os bilhetes para as diversas atividades terão custos entre os cinco e os 30 euros (no caso dos ‘workshops') e são gratuitos para menores de 30 anos e maiores de 65, desempregados e profissionais do espetáculo.

Existirão também iniciativas de entrada gratuita, como é o caso da conferência internacional, das exposições e de algumas palestras.