A polícia argentina apreendeu mais de 200 publicações e capas de livros nazis e prendeu o proprietário de uma gráfica localizada numa casa no subúrbio de Buenos Aires, disseram autoridades na quarta-feira.

Após dois anos de investigações, a polícia invadiu a casa em San Isidro, onde encontrou publicações com suásticas e marcas do grupo paramilitar SS, que desempenhou um papel fundamental na aplicação das ideologias do líder alemão nazi Adolf Hitler.

"Estamos estupefactos com a quantidade de material. É histórico. Esta é uma verdadeira empresa gráfica para a divulgação e venda de símbolos, livros e doutrinação nazis", disse o chefe de polícia Juan Carlos Hernandez em conferência de imprensa.

Hernandez disse que o “material de elevada qualidade” foi vendido abertamente em sites de comércio eletrónico “com um elevado nível de compras e consultas”.

“Não colocamos de parte que seja a ponta de um icebergue. Por enquanto, cortámos as linhas de distribuição, mas a lei também pune quem consome” esse material.

Hernandez explicou que mesmo a exibição de símbolos nazis era contra as leis argentinas porque "justifica, sustenta e até venera as atrocidades cometidas pelo regime nacional-socialista nazi contra a comunidade judaica".

Após a Segunda Guerra Mundial, a Argentina tornou-se um refúgio para os nazis, muitos dos quais fugiram para lá com a bênção do presidente Juan Perón, de acordo com o Centro Simon Wiesenthal, que caça nazis.

Entre eles incluíam-se criminosos de guerra de topo, como Adolf Eichmann – considerado um dos principais arquitetos do plano de Hitler para exterminar os judeus da Europa – que foi capturado em Buenos Aires em 1960.

O país também abriga a maior população judaica da América Latina, que sofreu ataques como o atentado a bomba em 1994 contra um centro judaico que matou 85 pessoas e deixou 300 feridas.

Aconteceu apenas dois anos após a embaixada israelita ter sido bombardeada, matando 29 pessoas e ferindo 200.