O tema da abolição da família está no centro de "Pais & Filhos", escrito por Pedro Penim a partir do clássico russo de 1862, de Ivan Turgueniev, que dá título ao espetáculo, também influenciado pela obra da feminista Sophie Lewis, abrindo a nova temporada, a 15 de setembro.

Com texto e encenação de Pedro Penim, a peça conta com interpretações de Ana Tang, Bernardo de Lacerda, David Costa, Diogo Bento, Hugo van der Ding, Joana Barrios, João Abreu, Pedro Penim e Rita Blanco no elenco.

No mesmo mês, a 22 de setembro, estreia-se "Sou uma Ópera, um Tumulto, uma Ameaça", uma criação de Cristina Carvalhal que é “uma história com outras histórias dentro”, descrita ainda pela produção como "uma fantasia, uma paisagem mental", baseada em "O Mundo Ardente", da escritora Siri Hustvedt.

A peça tem interpretação de Inês Rosado, Manuela Couto, Rosinda Costa e Sílvia Filipe.

Nesta temporada 2021-2022 - cujo conteúdo é apenas revelado, por agora, para o início, em setembro - a programação para os mais novos começa com música de Joana Gama, de 18 a 26 de setembro, com o concerto "As Árvores Não têm Pernas para Andar", para o público entre os três e os seis anos.

Também para os mais novos, no quadro da programação "Fora de Portas", Cláudia Gaiolas leva à Estufa Fria, a 11 e 12 de setembro, com entrada livre, duas peças sobre “antiprincesas”, no âmbito da série dedicada a "heroínas na vida real que desafiaram cânones e revolucionaram o mundo através da arte, literatura ou política".

Na sequência de personalidades como a escritora Clarice Lispector, a artista Frida Kahlo e a combatente pela independência da Bolívia Juana Azurduy, Cláudia Gaiolas evoca Leonor, Marquesa de Alorna, e a médica Beatriz Ângelo, a primeira mulher a votar, em Portugal.

"Antiprincesas – Leonor, Marquesa de Alorna" teve a infância marcada pela execução pública dos seus avós, os marqueses de Távora, acusados de um suposto atentado contra o rei D. José e consequente enclausuramento de toda a família.

Então com oito anos, Leonor foi enviada para o convento de São Félix, em Chelas, onde permaneceu até aos 26 anos, tornando-se depois uma escritora consagrada.

A 18 e 19 de setembro, no mesmo espaço, Cláudia Gaiolas irá evocar a vida de outra mulher portuguesa que marcou a História de Portugal: Carolina Beatriz Ângelo, médica e feminista que foi a primeira mulher a votar no país, em 1911.

A lei portuguesa da época determinava que só podiam votar cidadãos maiores de 21 anos, que soubessem ler e escrever e fossem chefes de família, mas o facto de ser viúva e ter de sustentar a sua filha permitiu-lhe invocar em tribunal o direito de ser considerada “chefe de família”.

As duas peças são coproduzidas com o Teatro Municipal do Porto e o Teatro meia volta e depois à esquerda quando eu disser.

Na programação inicial da temporada do S. Luiz, estão ainda marcadas duas ‘visitas-espetáculo’, a 25 e 26 de setembro, em vários espaços do teatro, com "Os Sapatos do Sr. Luiz", de Madalena Marques e Susana Pires, com interpretação de Sofia Cabrita.