O diretor da promotora Everything Is New, Álvaro Covões, disse à Lusa que os bilhetes para os dois dias de concerto da Adele em Lisboa já esgotaram, tendo 6.500 sido adquiridos por estrangeiros.
"Já estão esgotados os dois dias desde ontem [sexta-feira] à noite", disse Álvaro Covões, adiantando que "6.500 bilhetes foram vendidos a estrangeiros".
A venda de bilhetes para os concertos de maio começou na sexta-feira, 4 de dezembro, tendo esgotado no próprio dia.
Questionado pela agência Lusa sobre a proveniência destes estrangeiros, que terão que vir a Portugal em maio para assistir ao concerto de Adele, Álvaro Covões disse que "foram vendidos fundamentalmente em Espanha e Inglaterra".
"Os que vendemos através da Ticketline são perfeitamente identificados, mas os que vendemos lá fora só na próxima semana é que saberemos. Mas só diretamente num distribuidor em Inglaterra sabemos que foram vendidos 1.200 bilhetes", exemplificou à margem do 41.º Congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que decorre em Albufeira.
Numa altura em que os festivais, assim como o surf, são assumidos como fator de captação de turistas para Portugal, Álvaro Covões admite que, apesar da promotora tentar "sempre privilegiar os portugueses", assumem também "que é fundamental para a economia portuguesa atrair estrangeiros, ainda mais tratando-se de um fim de semana".
Por isso, acrescenta, "tentamos pôr uma quota disponível para garantir que eles [estrangeiros] vêm a Portugal".
Segundo o mesmo responsável, 15% das vendas de bilhetes aconteceram no Porto e 4% no Algarve, por exemplo. Lisboa representa 42%.
"Sabemos que isto é um fenómeno, não há nenhuma artista maior do que a Adele neste momento e, por isso, esgotou em todas as cidades ontem", referiu ainda.
O MEO Arena, em Lisboa, onde a cantora vai atuar tem uma capacidade de cerca de 18 mil lugares. Para os dois dias, o responsável diz que foram postos à venda cerca de 35 mil bilhetes.
A artista, que editou na semana passada o álbum "25", passará por Lisboa no âmbito de uma digressão europeia, a primeira em quatro anos.
Adele, nascida em Londres em 1988, anunciou em outubro que editaria o terceiro álbum a 20 de novembro, antecedido pelo tema "Hello". Esta música depressa atingiu o topo da tabela discográfica, com 1,1 milhões de vendas, em digital, enquanto o vídeo oficial ultrapassou já os 400 milhões de visualizações.
A revista norte-americana Rolling Stone, que colocou Adele na capa numa das últimas edições, fala num regresso discográfico "triunfante". Em entrevista à publicação, a cantora afirma que não se sente parte do mundo das celebridades e que sente receio da fama, por ser uma coisa "tóxica".
Adele não editava um novo álbum desde 2011, quando saiu "21", o disco que reúne canções como "Rolling in the Deep" e "Someone Like You", e que lhe valeu seis Grammy e uma entrada no livro de recordes Guiness.
Desde então, a cantora deu alguns concertos, foi forçada a cancelar outros, por problemas nas cordas vocais, ainda gravou "Skyfall", que lhe valeu um Óscar de melhor canção original, e depois dedicou-se à família - teve um filho -, com espaçadas aparições públicas.
"25" - título que remete para a idade em que compôs as canções - é um álbum em que se foca em si mesma, em compreender quem é agora, sem ter dado conta de como o tempo passou, como explica na página oficial na Internet. "Desculpem se demorei muito tempo [a editá-lo], mas, sabem, a vida aconteceu", justificou.
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