Depois de uma acusação de violação apresentada por uma atriz em maio, várias mulheres relataram ao site de notícias francês Mediapart atitudes impróprias ou agressões sexuais da parte do cineasta francês Luc Besson.
De acordo com a Mediapart, uma ex-colaboradora de Luc Besson, encarregada dos castings, escreveu no início de julho o procurador da República de Paris para denunciar factos que ela descreve como "agressões sexuais".
Ela menciona um ambiente de trabalho "muito sexualizado", assim como "gestos e comportamentos inadequados, que ela considera serem agressões sexuais".
Contactado pela AFP, o escritório de advogados contratado pelo famoso realizador e produtor disse que, nesta fase, "não há nada mais a dizer sobre as declarações à Mediapart".
A investigação revela que várias mulheres entraram em contacto com a atriz italiana Asia Argento, uma das principais figuras do movimento #MeToo e acusadora do produtor Harvey Weinstein, após o seu discurso na cerimónia de encerramento do Festival de Cannes em maio.
Uma delas, também atriz, falou com a Mediapart sobre reuniões profissionais com Luc Besson em quartos de hotel no início dos anos 2000 e atos de violência da parte do realizador de 59 anos, que se teria "atirado" sobre ela.
Essas acusações acontecem meses após a tempestade relacionada com o caso Weinstein e à onda de acusações que se seguiram, principalmente nos Estados Unidos.
Em França, houve muito poucos relatos de casos de assédio na indústria cinematográfica. As raras atrizes francesas que se pronunciaram, como Léa Seydoux e Emma De Caunes, fizeram-no para denunciar o produtor Harvey Weinstein.
Em relação à queixa apresentada em maio por uma atriz e modelo de 27 anos, que acusa Luc Besson de tê-la violado num hotel em Paris, os testes toxicológicos deram negativos.
A mulher apresentou uma queixa no dia seguinte ao encontro com o realizador de "O Quinto Elemento", que imediatamente disse tratarem-se de "acusações fantasiosas".
De acordo com uma fonte próxima à investigação, ela disse que mantinha um relacionamento íntimo há cerca de dois anos e que se sentia forçada por causa das suas ligações profissionais.
Comentários