Pouco depois das 19 horas (23h00 em Portugal) de domingo, o fogo de artificio iluminou os céus da última noite do Rock in Rio Brasil - foi assim que, durante 7 dias, os concertos do Palco Mundo da Cidade do Rock do Rio de Janeiro abriram e fecharam.

No final do espetáculo de fogos e já com os Capital Inicial a fazerem-se ouvir, Roberta Medina conversou com o SAPO Mag a partir da varanda da área VIP, de onde é possível ter uma vista única do recinto. Para a vice-presidente do Rock in Rio, ver as 100 mil pessoas em euforia é um "misto de sensações". "É um misto de ansiedade pela responsabilidade de gerir um espaço com 100 mil pessoas e onde queremos que cada uma das pessoas sai daqui feliz e com boas memórias", confessa.

"É uma adrenalina enorme, uma ansiedade muito grande, para que comece e termine bem. Tudo só passa quando a última pessoa sai da Cidade do Rock, neste último dia", frisa, acrescentando que "a conta de dedicação, de horas de trabalho, o nível de risco que se corre e as horas longe da família só fecha quando vemos o olho a brilhar e o sorriso na cara das pessoas".

Para Roberta Medina, esta edição do Rock in Rio Brasil provou que é possível dar a volta a alguns dos problemas que o país atravessa. "Em Portugal, nós vivemos isto em 2012 - o país estava muito deprimido por causa crise e nós não sabíamos que astral íamos encontrar na Cidade do Rock. Para nossa surpresa foi uma euforia total. E é um pouco do que vivemos aqui. O Rio de Janeiro atravessa uma crise muito grave. O Brasil atravessa uma crise económica, política e social gigantesca. E aqui na Cidade do Rock conseguimos mostrar que é possível construir uma sociedade com mais harmonia, que é possível um mundo melhor quando se criam infraestruturas, quando se tratam as pessoas com respeito, quando se aposta na qualidade e se oferecem serviços diferenciados.  Quando se conversa e se estabelece um tom de conversa... cria-se isto que acontece aqui: comportamento, alegria, desarmar defesas com as pessoas a aproveitar tudo sem preconceito. Esta é demonstração de um mundo melhor e é para isso que estamos aqui", frisa Roberta Medina.

"No Brasil, o Rock in Rio é um facto histórico porque inaugurou o mercado do entretenimento e do showbiz internacional. O evento mudou o mercado completamente. Mas não só por isso. O Rock in Rio aconteceu num momento em que o país estava a sair da ditadura militar e, então, tornou-se numa bandeira de uma geração. Muitas das pessoas que vieram a esta edição, estiveram na primeira, trouxeram os filhos e agora os netos. Então, o Rock in Rio atravessa geração. Quando fomos para Portugal, nos primeiros anos, chamavam-nos de traidores porque o Rock in Rio não estava a acontecer no Brasil. Estavam muito irritados. Há um sentimento de propriedade. O Rock in Rio é deles, não é nosso", relembra a vice-presidente do evento.

"Em Portugal, fomos capazes de construir uma relação. Já há uma geração que nasceu com a essência do Rock in Rio, com o Rock in Rio a fazer parte da vida do país. É uma relação de muito carinho e de muito amor, mas é diferente do Brasil. Em Portugal, foi uma relação que se construiu com entrega de qualidade, com um serviço diferenciado, com respeito ao consumidor e aos patrocinadores e com inovação no mercado... mas não é um facto histórico - como o Woodstock está para o mundo, o Rock in Rio está para o Brasil", sublinha.

Depois do Brasil, Rock in Rio regressa a Lisboa

Sobre a edição de 2018 do Rock in Rio Lisboa, Roberta Medina adianta que o objetivo é sempre surpreender. "Vamos surpreender muito. Vamos ampliar o volume de conteúdos, vamos levar conteúdos disruptivos para a Cidade do Rock e que não são os mais habituais neste planeta, nesta construção de experiência de parque temático da música e do entretenimento. Fizemos muita pesquisa, ouvimos os consumidores e nosso público. O que estamos a fazer é trazer tudo o que o nosso consumidor gosta para dentro da Cidade do Rock e não só música. Tenho a certeza que o fenómeno do Rock in Rio 2018 vai ser Pop District", frisa.

Segundo Roberta Medina, na Pop District, o público vai poder celebrar a cultura pop e encontrar atrações - jogos de arcada; lojas com variados produtos alusivos aos maiores ícones culturais das últimas décadas; e um palco que irá receber, diariamente, performances e demonstrações artísticas, como representações de super-heróis e personalidades icónicas.

Veja também: As novidades que vão viajar até Lisboa em 2018

O Parque da Bela Vista, em Lisboa, vai contar ainda com o Digital Stage, um novo palco, cuja "missão é transpor o melhor do mundo online para o ambiente offline".  Ao longo dos quatro dias do evento, o espaço vai receber grandes fenómenos do entretenimento online que "trocarão, temporariamente, o ecrã dos PC’s, tablets e telemóveis por um contacto direto e próximo com o público".

O Palco Mundo também vai ter algumas novidades. "O Palco Mundo vai ter cinco concertos por dia. Certamente vamos ter mais presença de música portuguesa no Rock in Rio. Vai ter muita música na Cidade do Rock, sem dúvida nenhuma. Todos os palcos vão ter uma ligação musical muito forte", revelou Roberta Medina ao SAPO Mag.

O Palco Vodafone também vai sofrer algumas alterações, segundo a vice-presidente. "O palco que nas últimas edições foi o Palco Vodafone, que foi um sucesso em termos de crítica, vai mudar de conceito para algo mais transversal. Será um palco muito próximo da juventude", explica.

A oitava edição do Rock in Rio Lisboa vai realizar-se nos dias 23, 24, 29 e 30 de junho 2018 no Parque da Bela Vista, em Lisboa. Além de novas datas, a organização revelou que o evento terá, na sua próxima edição, mais horas de entretenimento diário - as portas da Cidade do Rock vão abrir às 12h00 e fechar às 2h00.

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