Na sua 4.ª edição, o evento, organizado pela Câmara Municipal de Grândola, no âmbito do Observatório da Canção de Protesto, reúne, ao longo de três dias, figuras ligadas ao universo da canção de protesto, sessões testemunhais, de cinema documental e canto livre, colóquios, exposições e concertos.

Em declarações à agência Lusa, a vice-presidente do município, Carina Batista, disse que “continua a fazer sentido” usar “a música” como “meio de comunicação” para expressar “o descontentamento” em relação “a qualquer ideologia política”, assim como “a muitos conflitos de outra natureza”.

“A música é, de facto, um meio de comunicação que permite espalhar pelo mundo inteiro e em qualquer língua o nosso descontentamento relativamente a qualquer linha e ideologia política, e não só, [também] em relação a muitos conflitos de outra natureza”, afirmou.

Além da ditadura brasileira e da era de Jair Bolsonaro [atual presidente daquele país], o encontro vai debruçar-se sobre temas como a "Canção de Protesto em Portugal no Abraço Europeu" e a relação entre "Música e Conflito", indicou a organização, em comunicado.

A exposição “Cantigas do Fogo e da Guerra”, produzida pelo Observatório da Canção de Protesto, “dedicada à associação entre música e conflito”, vai abrir o programa do evento, na sexta-feira, na Biblioteca e Arquivo de Grândola, às 18h00.

À noite, a partir das 21h00, o recinto exterior do Complexo Desportivo José Afonso vai receber o concerto “A História Musical da Ditadura Brasileira”, produzido pelo Instituto Memória Musical Brasileira para o Observatório da Canção de Protesto, e um espetáculo musical protagonizado pelo grupo italiano de 'combat folk' Modena City Ramblers.

No segundo dia, o evento muda-se para o Cine Granadeiro e arranca, às 10h00, com o encontro “A Canção de Protesto na Ditadura Militar Brasileira e na Era de Bolsonaro”, com a participação de Heloísa Valente, Ivan Cavalcanti e João Carino.

O debate prossegue, entre as 12h00 e as 13h30, com uma sessão testemunhal que vai debruçar-se sobre “A Canção de Protesto em Portugal no Abraço Europeu”, com a presença de Luís Varatojo, Filipa Pais, Margarida Antunes e Zeca Medeiros.

De tarde, haverá espaço para apresentar o documentário “N'effacez pas nos traces! – Dominique Grange, Une Chanteuse Engagée” (“Não Apaguem os Nossos Rastos! – Dominique Grange, Uma Cantora de Protesto”, em português), realizado por Pedro Fidalgo.

A sessão de canto livre, espetáculo musical anualmente concebido pelo Observatório da Canção de Protesto, com as atuações de Dominique Grange e Jacques Tardi, Maria del Mar Bonet e Borja Penalba, Marina Rossell e Zeca Medeiros, com a convidada Filipa Pais, está marcado para essa noite, no recinto do complexo desportivo da vila alentejana.

No último dia, a partir das 11h00, está previsto o colóquio “Música & Conflito”, com a participação de Mário Vieira de Carvalho, Rui Vieira Nery e Salwa Castelo-Branco, com moderação de Nuno Pacheco, na Biblioteca e Arquivo de Grândola.

Os concertos “Kantata do Tecto Incerto”, espetáculo comunitário sobre a crise da habitação, a cargo da Casa da Achada, e “The Way to Liberation”, de Kateryna Àvdysh, dedicado à interpretação de canções próprias e populares ucranianas, são outras das iniciativas que preenchem o último dia do evento.

O Observatório da Canção de Protesto tem como objetivos o estudo, a salvaguarda e a divulgação do património musical tangível e intangível da canção de protesto produzido durante os séculos XX e XXI, através de iniciativas culturais diversas.

A entrada em todas as iniciativas é gratuita mediante reserva antecipada e sujeita a lotação da sala.

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