Gaye (1939-1984) formou-se em 1954 e aquele edifício deixou de ser um instituto 24 anos depois.

A remodelação da infraestrutura demorou uma década a ser feita e custou 20 milhões de dólares (cerca de 20 milhões de euros), respeitando antiga fachada daquele instituto próximo do Capitólio norte-americano.

O espaço mantém o auditório em que uma professora disse ao antigo cantor de ‘soul’ “vais ser alguém”.

Isso foi lembrado na quinta-feira na apresentação de Mera Rubell, personagem icónica do panorama artístico norte-americano.

O casal iniciou a sua coleção particular há 57 anos, um ano após o casamento, apostando em novos talentos como Jeff Koons e Keith Haring na altura.

O novo museu soma-se ao de Miami.

“Washington é um lugar onde a tua voz é escutada. Os artistas que colecionamos não estão apenas interessados em fazer obras bonitas, tem algo a dizer por trás”, disse Mera Rubell.

As 20 ilustrações que Keith Haring (1958-1990) fez em homenagem ao irmão de Don, Steve Rubell, coproprietário da popular boate nova-iorquina Studio 54 e que morreu de SIDA em 1989, destacam-se como um dos alicerces desta exposição inaugural.

A apresentação foi feita ao som da música “What's going on”, que também é o nome do álbum mais icónico de Gaye, que denunciou a brutalidade da Guerra do Vietname (1955-1975) e agora dá o título à primeira exposição.

Os Rubells levam para Washington mais 190 obras de 37 artistas, incluindo do brasileiro Paulo Nazareth e do colombiano Óscar Murillo.

Os projetos evocam questões raciais, étnicas e de género que continuam a ressoar nos dias de hoje.

“Nem todos mostram as mesmas preocupações, mas expressam questões que ainda preocupam”, disse à agência de notícias EFE Don Rubell.

Os Rubell possuem uma coleção que ultrapassa um total de 7.200 obras.