O título pode surpreender, mas não vindo de uma estrela do rock que viveu uma adolescência difícil e que depois conheceu a fama e provou as consequências da droga e do álcool.

Impostor porque "sempre me vi assim, mesmo antes de me dedicar à música. Quando era adolescente, queria fazer parte de algo, ser aceite", explica Gahan em Paris, onde atuou com o projeto Soulsavers.

Quando se juntou aos Depeche Mode, também se sentia deslocado, confessa o britânico. Durante anos limitou-se a interpretar as canções do principal compositor do grupo, Martin Gore. Depois de algum tempo, começou a escrever as suas próprias composições.

"Todos temos essa insegurança", explica também à AFP Rich Machin, fundador dos Soulsavers e produtor do álbum, ao lado do cantor num hotel parisiense.

"Todos nós dizemos em algum momento 'não deveria estar aqui, não mereço isto', como quando temos a oportunidade de tocar com músicos incríveis", acrescenta o instrumentista.

Uma trajetória difícil

Para "Imposter", Gahan e Machin interpretam grandes músicos, de Neil Young a Nina Simone, e obras de artistas menos conhecidos, como Cat Power e Mark Lanegan.

Soulsavers

É um álbum crepuscular, o espelho de uma vida de vícios e problemas, antes de chegar aos 60 anos, que Gahan completará em 2022.

"Fala de alguém insatisfeito. Faz parte de mim, tenho uma personalidade viciante, mas trabalho arduamente para viver o presente, nestes momentos [após deixar as drogas e o álcool]", acrescenta Gahan.

"Shut Me Down", uma canção de Rowland S. Howard (guitarrista dos Birthday Party, primeira formação de Nick Cave) fala de todas as pessoas queridas que alguém pode ter ferido no pasado.

"Este álbum chegou, como geralmente acontece, por acidente, mas assim que foi finalizado, revelou muitas coisas", afirmou.

"É preciso arriscarmos se quisermos mudar", enfatiza o cantor.

"Mudar esses comportamentos que acreditamos que são soluções, como a droga, o álcool, as relações amorosas que são apenas temporárias, porque me dou conta de que a música foi a única coisa constante na minha vida", confessa.

"Imposter" acaba com um tema que soa como uma reconciliação, "Always On My Mind", uma das interpretações mais conhecidas de Elvis Presley.

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