A autarquia de Gouveia, presidida por Luís Tadeu, refere em comunicado enviado à agência Lusa que o Gouveia Art Rock (GAR), que estava previsto ocorrer em maio, foi adiado para os dias 23, 24 e 25 de abril de 2022.

O município justifica a decisão “considerando a evolução da pandemia em Portugal, nomeadamente as incertezas relacionadas com a sua progressão, as condições de reabertura dos espaços culturais, acrescidas de todas as incertezas relativas à mobilidade entre países, bem como a progressão da vacinação versus imunidade e a incapacidade de garantir, neste momento, a segurança de músicos, técnicos, público e da comunidade local em geral”.

“Esta decisão surge, uma vez mais, na sequência da estratégia do município de Gouveia em impedir a propagação do contágio e garantir a saúde e a segurança de todos, firmando, no entanto, o compromisso de desenvolver todos os esforços de forma a garantir a presença dos grupos já anunciados e manter a qualidade do GAR, considerado pela crítica como um dos melhores Festivais de Música Progressiva da Europa”, acrescenta.

A autarquia acredita que o regresso do GAR, em 2022, “será uma verdadeira celebração da música e da cultura”.

O GAR não se realizou em 2020 devido à pandemia de COVID-19.

O festival estava marcado para o primeiro fim de semana de maio de 2020 e foi adiado para os dias 3, 4 e 5 de outubro, data em que também não se efetivou, tendo a organização anunciado, posteriormente, a sua calendarização para os dias 7, 8 e 9 de maio de 2021.

O GAR, considerado "o maior e um dos mais importantes festivais de rock progressivo do mundo", teve a sua primeira edição em 2003.

Desde março do ano passado, têm sido adiados vários festivais de música em Portugal.

O verão de 2020 decorreu sem os habituais festivais, com a Associação Portuguesa de Festivais de Música (Aporfest) a estimar uma perda de cerca de 1,6 mil milhões de euros, contra os dois mil milhões originados em 2019.

Em março deste ano, começaram a ser anunciados os adiamentos, para 2022, de alguns festivais, inicialmente previstos para o ano passado: Rock in Rio Lisboa e NOS Primavera Sound, no Porto, previstos para junho, EDPCoolJazz, em Cascais, Boom Festival, em Idanha-a-Nova, agendados para julho. Já antes, em novembro do ano passado, o Barroselas Metalfest, previsto para o final de abril e começo de maio deste ano, tinha anunciado que não se realizaria em 2021.

No entanto, vários festivais de música permanecem marcados, a partir de julho, em Portugal, entre os quais o NOS Alive (julho), em Oeiras, o Super Bock Super Rock (julho), em Sesimbra, o MEO Sudoeste (agosto), em Odemira, e o Vodafone Paredes de Coura (agosto), no distrito de Viana do Castelo.

De acordo com o ‘plano de desconfinamento’ do Governo, anunciado a 11 de março, a partir de 3 de maio, poderão voltar a realizar-se “grande eventos exteriores e interiores, sujeitos a lotação definida” pela Direção-Geral da Saúde (DGS), o que pode vir a incluir festivais.

Entretanto, foi publicado em Diário da República, com efeitos a 1 de abril, o decreto-lei sobre espetáculos, que prevê a realização de “eventos teste-piloto” e estabelece condições de devolução do valor de bilhetes, quando há anulação ou adiamento.

O agendamento destes eventos de teste poderá eventualmente abrir caminho à possibilidade de “alteração da orientação em vigor”, que define limites de público, em função do distanciamento físico e da área disponível, em equipamentos culturais, como salas de teatro e cinema, e na realização de programação ao ar livre.

O diploma estabelece igualmente as condições para a eventual devolução do valor de bilhetes para espetáculos e festivais, inicialmente previstos para 2020, e, entretanto, adiados para 2022.

Segundo o Governo, “no caso dos espetáculos e festivais inicialmente agendados para o ano de 2020, e que ocorram apenas em 2022, prevê-se que os consumidores possam pedir a devolução do preço dos bilhetes, no prazo de 14 dias úteis a contar da data prevista para a realização do evento no ano de 2021”.

Se o consumidor não pedir a devolução, “considera-se que aceita o reagendamento do espetáculo para o ano de 2022”. O mesmo se aplica "aos vales emitidos com validade até ao final do ano de 2021, que passam a ser válidos até ao final do ano de 2022”.

A pandemia de COVID-19 provocou, pelo menos, 2.937.355 mortos no mundo, resultantes de mais de 135,9 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.918 pessoas dos 827.765 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.