Descrito como um espetáculo de rua multidisciplinar que “funde teatro de rua, circo contemporâneo, dança, música, vídeo, fotografia e literatura, entre outras artes, interligando assim a tradição popular e a arte contemporânea”, procura, com esta abordagem "reforçar a importância da identidade cultural coletiva e as memórias da comunidade”, lê-se no comunicado enviado à Lusa.
Sobre a escolha para temas do colonialismo e Agustina Bessa-Luís, a organização enfatiza que durante o período colonial, “Portugal impôs a sua cultura, língua e religião aos povos africanos, além de explorar recursos naturais e impor trabalho forçado".
"Esse processo de colonização resultou numa série de traumas, incluindo a perda de identidade cultural, de violência e de exploração”, refere.
Esse trajeto, assinala o comunicado, faz parte de algumas das obras de Agustina Bessa-Luís que “retrata as consequências do colonialismo e as desigualdades sociais que resultam da exploração e da opressão”.
“Ela mostra como as relações sociais são afetadas pela hierarquia e pelo poder e como as pessoas são impedidas de alcançar a liberdade e a felicidade. Além disso, a autora também questiona a justificação moral e cultural que muitas vezes é usada para fundamentar o colonialismo”, prossegue a comunicação sobre a homenageada em 2023.
Recorrendo aos números, assinala a organização que, entre 1961 e 1974, cerca de 90% dos homens portugueses foram mobilizados para a Guerra do Ultramar, que causou cerca de 10 mil mortos e 20 mil inválidos entre os soldados.
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