Além de considerar provados todos os factos, o procurador criticou “a conduta dos arguidos” que perante o tribunal não proferiram um pedido de desculpas pela “morte da jovem que estava a começar a sua vida”, tendo, ao invés, “assobiado para o lado”.

Condutas criticadas também pelo advogado da família Carreira, Magalhães e Silva, vincando que se os arguidos “tivessem pedido desculpa mais facilmente se conseguiria a paz social que, assim, só se conseguirá com a sentença”, em relação à qual não sugeriu qualquer pena, deixando à “determinação do tribunal”.

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“Todos eles, com as suas condutas, criaram as condições que levaram à morte de Sara [Carreira]", afirmou o procurador no Tribunal Judicial de Santarém, durante as alegações finais do julgamento em que são arguidos Paulo Neves, que conduzia alcoolizado e abaixo do limite de velocidade, Cristina Branco, que embateu na viatura deste, o cantor Ivo Lucas, que viajava com Sara Carreira e chocou com o carro da fadista, e Tiago Pacheco, que embateu no carro conduzido por Ivo Lucas.

Do acidente, ocorrido em 05 de dezembro de 2020, na Autoestrada 1, resultou a morte da cantora Sara Carreira, tendo os dois primeiros homens sido acusados do crime de homicídio por negligência grosseira, Cristina Branco do crime de homicídio por negligência e Tiago Pacheco por condução perigosa.

O procurador considerou hoje provados todos os factos constantes na acusação, embora admitindo que possam existir “alguns acertos”, relativos à hora do acidente, e pediu a condenação dos três primeiros arguidos a penas inferiores a cinco anos.

A juíza Marisa Ginja marcou para o dia 12 de janeiro a leitura da sentença.