Ao afirmar numa entrevista ao jornal The Guardian que Donald Trump "pode vir a ser um dos maiores presidentes na história dos EUA", o realizador David Lynch criou um enredo digno dos seus filmes ou da série "Twin Peaks".
A frase correu mundo e até o visado, sem dar indicação de saber quem era Lynch, reencaminhou a história nas redes sociais e ainda brincou num comício com apoiantes: "A sua carreira em Hollywood chegou oficialmente ao fim".
Agora, chegou a resposta muito "lynchiana"... em forma de carta.
"Caro Senhor Presidente"
Aqui é o David Lynch a escrever. Vi que retweetou o artigo da Breitbart com o título 'Realizador David Lynch: Trump' pode vir a ser um dos maiores presidentes na história.’ Gostaria que você e eu nos pudéssemos sentar e ter uma conversa. Esta citação, que deu a volta ao mundo, foi um pouco tirada do contexto e precisaria de alguma explicação.
Infelizmente, se continuar como tem estado, não terá a oportunidade de vir a ficar na história como um grande presidente. Parece que isto seria muito triste para si – e para o país. Você está a provocar sofrimento e divisão.
Não é demasiado tarde para dar a volta a este barco. Dirija-o para um futuro radioso para todos. Você pode unir o país. A sua alma vai cantar. Sob uma liderança afetuosa, ninguém perde – todos ganham. Isto é algo em que espero que você pense e leve a sério. Tudo que precisa fazer é tratar todas as pessoas como você gostaria de ser tratado.
Atenciosamente,
David Lynch"
Na entrevista, o realizador dizia que Donald Trump "pode vir a ser um dos maiores presidentes da história dos EUA porque perturbou tanto o sistema. Ninguém é capaz de combater este tipo de forma inteligente".
O elogio era, no entanto, "envenenado": o realizador não acha que o atual inquilino da Casa Branca esteja a desempenhar um bom papel, mas acredita que outras pessoas vindas de fora consigam fazer melhor porque a sua ascensão colocou a nu os falhanços do sistema e dos políticos.
"Os nossos supostos líderes não conseguem levar o país para a frente, não conseguem fazer nada. São como crianças. Trump revelou tudo isto", acrescentou o responsável por clássicos como "No Céu Tudo É Perfeito", "O Homem Elefante", "Veludo Azul", "Um Coração Selvagem", "Estrada Perdida", "Uma História Simples", "Mulholland Drive" e "Inland Empire".
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