Num comunicado, o ICM disse que o novo espaço vai ter uma sala de exposições permanente com “as obras e os manuscritos originais de vários escritores influentes e poetas chineses e portugueses”.

A lista inclui o dramaturgo Tang Xianzu (1550-1616), conhecido como o Shakespeare chinês, cuja maior obra, “O Pavilhão das Peónias”, inclui uma cena inspirada em Macau, e o poeta e pintor Wu Li (1632-1718), que se tornou um dos primeiros padres jesuítas chineses, após estudar no Colégio de São Paulo, em Macau.

Segundo alguns historiadores, Luís Vaz de Camões (1524-1580) terá passado por Macau e escrito na cidade parte da sua obra “Os Lusíadas”. O poeta simbolista Camilo Pessanha (1867-1926) viveu quase 30 anos em Macau, onde veio a falecer.

O ICM defendeu que, além de acolher “um variado leque” de exposições e eventos, a Casa de Literatura de Macau tem também como objetivos “organizar intercâmbios e fomentar a investigação”.

O edifício terá uma sala de leitura com livros infantis, jogos multimédia e dispositivos interativos e duas salas polivalentes que serão disponibilizadas a associações e residentes para acolher atividades culturais como palestras e exibição de filmes.

“Queremos que seja um espaço para a promoção da literatura”, disse em junho a presidente do ICM, Deland Leong Wai Man, durante uma apresentação do projeto no Conselho Consultivo para o Desenvolvimento Cultural.

O centro, de entrada grátis, ficará situado numa das dez vivendas de estilo português construídas nos anos 20 do século passado, na Avenida do Conselheiro Ferreira de Almeida, em Mong Há, como residência de funcionários públicos.

O projeto da Casa de Literatura de Macau foi originalmente proposto em 2014 pelo então presidente do ICM, Guilherme Ung Vai Meng, e a inauguração estava inicialmente prevista para 2018.

No final de 2016, o então vice-presidente do ICM, Chan Peng Fai, disse à imprensa local que a infraestrutura já tinha recebido, através de doação, mais de 2.900 peças ou conjuntos que “serão conservadas e utilizadas adequadamente, criando-se, para o efeito, uma base de dados da literatura de Macau e promovendo estudos académicos de forma a explorar a fundo a riqueza da literatura local”.