O livro é publicado na coleção "Poesia Inédita Portuguesa", da editora Assírio & Alvim, e abre com o poema "Cães": "Cães batidos/ ganindo guinando/ correndo atrás dos seus latidos/ como de ossos".

Daniel Jonas, 48 anos, já recebeu o Prémio P.E.N./Poesia, em 2006, e o Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes da Associação Portuguesa de Escritores, em 2015. Este é o seu quarto título na área de poesia, sucedendo a "Bisonte" (2016).

Como escreve a editora, neste novo livro Daniel Jonas "faz uso do verso livre não como uma muleta arbitrária para melhor exprimir o que inquieta o seu universo, mas como uma arma sem paralelo na poesia portuguesa", escolhendo uma "malha rigorosa que é tecida através da topografia do espaço, da arqueologia da palavra exata, que a sua voz marca o compasso".

Na poesia de Jonas, "a geometria desfaz-se desmorona-se como onda em decomposição", segundo a editora, que cita o poema "Composição", que faz parte deste livro.

"Chuva" é o poema que fecha o livro: “Galgo/ o cão/ da chuva"

Daniel Jonas publicou, entre outros, os livros de poesia "Sonótono" (2006), "Nó" (2014), tendo sido um dos sete poetas nomeados para o Prémio Europeu da Liberdade, pelo seu livro "Passageiro Frequente" (2013).

O autor recebeu também o Prémio Europa David Mourão-Ferreira, da Universidade de Bari/Aldo Moro, pelo conjunto da sua obra.

Jonas tem traduzido autores como John Milton, William Shakespeare, Arthur Evelyn Waugh, Luigi Pirandello, Joris-Karl Huysmans, Richard Berryman, Charles Dickens, Malcom Lowry, Henry James e William Wordsworth.

Também dramaturgo, Daniel Jonas é autor de "Nenhures" (2008) e escreveu "Estocolmo", "Reféns" e o libreto "Still Frank", levados à cena pela companhia Teatro Bruto, no Porto.