“No livro, uma ‘clínica para o passado’ oferece um tratamento prometedor para quem sofre de Alzheimer: cada piso reproduz uma década ao detalhe, transportando os pacientes de volta no tempo. Mas em breve o passado começa a invadir o presente”, pode ler-se na sinopse.
A presidente do júri, Leila Slimani, afirmou, num texto publicado no site do prémio: “O nosso vencedor é um romance brilhante, cheio de ironia e melancolia. É um trabalho profundo que lida com uma questão muito contemporânea: o que nos acontece quando as nossas memórias desaparecem? Georgi Gospodinov é muito bem-sucedido ao lidar com os destinos individuais e coletivos e é este equilíbrio complexo entre o íntimo e o universal que nos convenceu e tocou”.
O júri foi ainda composto pelo tradutor Uilleam Blacker, pelo escritor Tan Twan Eng, pela crítica Parul Sehgal e pelo jornalista Frederick Studemann.
Para além do livro de Gospodinov, os romances nomeados para a edição deste ano eram "Boulder", da catalã Eva Baltsar, traduzido por Julia Sanches, "Whale", do sul-coreano Cheon Myeong-kwan, traduzido por Chi-Young Kim, “Standing Heavy”, do ivoriano Armand Gbaka-Brédé (que assina como GauZ’), com tradução de Frank Wynne, “The Gospel According to the New World”, da francesa Maryse Condé, com tradução de Richard Philcox, e "Still Born", da mexicana Guadalupe Nettel, com tradução de Rosalind Harvey.
Nenhuma das obras nomeadas está publicada em Portugal, embora alguns autores tenham livros editados em território português, como Condé ("Eu, Tituba, Bruxa...Negra de Salem", pela Maldoror, em 2022, e “À Espera da Subida das Águas”, pela Quetzal, este mês), Guadalupe Nettel (“O Corpo em que Nasci”, pela Teodolito, em 2013) e Eva Baltasar (“Permafrost”, pela Kalandraka, em 2021).
O prémio Booker Internacional distingue anualmente a melhor ficção estrangeira traduzida para o inglês e publicada no Reino Unido e Irlanda. O valor monetário do prémio é de 50 mil libras (57,6 mil euros), repartidos igualmente entre autor e tradutor.
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