A diretora-geral do festival, Kelly Tonaco, afirmou à agência Lusa que o festival vai este ano retomar a atividade no ano em que se cumprem 10 anos da sua primeira edição, mas mantém a aposta na promoção de danças e músicas tradicionais dos países lusófonos, como Brasil, Portugal, Cabo Verde ou Angola.

“O Pé na Terra é um evento de dança e música, temos durante o dia vários ‘workshops’ de danças tradicionais e à noite são realizados concertos, tudo isso acontece num contexto de cultura lusófona, porque trabalhamos com cultura tradicional de países de língua portuguesa, e a ideia é trazer esses ritmos mais tradicionais que, por causa da música pop e das músicas mais contemporâneas, acabam por ficar mais apagados”, explicou a diretora do festival.

Kelly Tonaco frisou que o evento sempre se realizou na vila do concelho de Olhão, junto à Ria Formosa, e este ano vai contar com artistas africanos como “Bonga, que dispensa apresentação e todo o mundo conhece”, ou com um “grupo de batucadeiras da Cova da Moura, que são as Finka Pé, e representam Cabo Verde”.

“Por Portugal e Brasil vamos ter um concerto inédito com a roda de samba, que vai apresentar-se com o António Zambujo e com a Maria Inês Graça, que é uma fadista que esteve no [concurso de talentos] The Voice e tem ligações à Fuseta, de onde veio e onde assistiu desde criança ao festival”, realçou a diretora-geral do evento.

Este concerto inédito vai permitir “mostrar como, mesmo sendo de países diferentes, e porque como no passado estavam todos misturados, os ritmos acabam por se influenciar uns aos outros”, possibilitando que se possa “colocar o fado numa roda de samba, porque vai funcionar maravilhosamente”, assegurou Kelly Tonaco.

A diretora-geral do festival reconheceu que montar o festival no ano em que cumpre 10 anos desde a sua criação foi um “desafio”, porque “todo o mundo está recomeçando” após a pandemia, há “falta de patrocínios” e todos arrastam “prejuízos de 2020”, mas agradeceu o apoio da Câmara de Olhão e da União de Freguesias de Fuseta e Moncarapacho, que possibilitaram este regresso à atividade.

A responsável do evento salientou ainda a importância de o festival já ter cumprido um dos desígnios a que se propôs desde a sua criação, que passava por se tornar “parte da cultura da vila e que as pessoas da terra sentissem que o festival fosse delas”.

“E, se num princípio, isso foi um pouco difícil, agora eles já veem o festival como fazendo parte do calendário cultural da vila”, congratulou-se, anunciando que o Pé na Terra é também um “evento para a família inteira”, conta com “um espaço especial para as crianças, que se chama Pezinho da Terra” e, “nos concertos, os pais podem deixar os filhos num berçário com os monitores e aproveitar” os espetáculos.

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