Billie Eilish publicou um desabafo nas redes sociais sobre a nova lei do aborto no estado norte-americano do Texas, que proíbe a interrupção da gravidez após seis semanas, mesmo em casos de violação ou incesto.

"Estou tão cansada. Fico doente ao ver como tantos homens não dizem nada sobre os direitos das mulheres. Se vocês e os vossos amiguinhos, os vossos 'manos', não estão a falar sobre a lei do aborto no Texas, então também fazem parte do problema", escreveu a jovem artista.

Na passada quarta-feira, dia 1 de setembro, o Supremo Tribunal dos Estados Unidos deu uma grande vitória aos opositores ao aborto, recusando suspender uma lei do Texas que proíbe a interrupção da gravidez após seis semanas, mesmo em casos de violação ou incesto.

O Supremo Tribunal, fortemente dividido, com quatro dos seus nove juízes a oporem-se à decisão, não se pronunciou sobre a constitucionalidade da lei, que entrou em vigor 24 horas antes, mas citou "questões processuais complexas e inovadoras".

O presidente do Supremo Tribunal, John Roberts, juntou-se à minoria progressista, mas não foi suficiente, face à maioria conservadora.

A medida veta praticamente o aborto no Texas, uma vez que não prevê sequer exceções em casos de incesto ou violação.

Nenhuma outra lei semelhante que proíba o aborto às seis semanas de gestação - quando um batimento cardíaco fetal pode ser detetado e muitas mulheres ainda não sabem que estão grávidas - está em vigor no resto do país.

Na petição de emergência para bloquear a legislação, as clínicas de aborto advertiram que a lei "reduz imediata e catastroficamente o acesso ao aborto no Texas, proibindo os cuidados de pelo menos 85% dos doentes" que requerem este tipo de intervenção no estado.

O aborto foi reconhecido como um direito constitucional nos Estados Unidos em 1973, graças à decisão do Supremo Tribunal no processo Roe 'versus' Wade, que reconheceu que uma mulher pode interromper a gravidez nos primeiros seis meses de gestação.

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