No texto, os sociais-democratas recordam-no como “um dos mais reconhecidos escritores do panorama da literatura portuguesa contemporânea para crianças e jovens”.

“Neste momento em que Portugal perde um maravilhoso contador de histórias que possuía o dom da imaginação, da palavra, da escrita, da poesia, da beleza e do humor, a Assembleia da República manifesta o seu mais profundo pesar pelo falecimento de António Torrado, endereçando à sua família e amigos as mais sinceras e sentidas condolências por tão grande perda”, refere o voto.

Poeta, dramaturgo, argumentista, ficcionista e autor de manuais escolares, António Torrado nasceu em Lisboa, em 1939, licenciou-se em Filosofia pela Universidade de Coimbra e começou a publicar contos para a infância com apenas 18 anos.

“António Torrado, uma das figuras de maior relevo da nossa literatura do pós-25 de Abril, foi professor do ensino secundário e esteve ligado ao universo editorial e pedagógico”, acrescenta o voto hoje aprovado.

Fundou uma escola infantil e básica, pioneira em Portugal, do Movimento da Escola Moderna (técnicas Freinet) e foi professor de Literatura Infantil na Escola de Educadores de Infância de Lisboa.

Em 1974 ingressou na RTP como chefe do Departamento de Programas Infantis.

Deu cursos de formação de professores em Portugal, Guiné-Bissau, Angola e em Cabo Verde.

Colaborou em jornais e revistas como O Professor, Vida Mundial, África e Vértice, entre outras, e dirigiu o suplemento infantil “Moinho de Vento”, do jornal A Capital, entre 1968 e 1972. Como poeta, está representado em diversas antologias.

Foi sócio fundador da Associação Portuguesa de Escritores, do Instituto de Apoio à Criança e da Sociedade Portuguesa de Autores, Membro da Associação Internacional de Críticos Literários e responsável pela cadeira de Escrita Dramatúrgica da Escola Superior de Teatro e Cinema.

“António Torrado, detentor de uma capacidade imaginativa invulgar, escrevendo com a simplicidade de um contador de histórias, dedicou aos mais novos o melhor da sua escrita e muito do seu tempo e talento”, salienta o texto dos sociais-democratas.

Da sua vasta obra, mais de uma centena de livros traduzidos em várias línguas, sobressai a produção literária para crianças, amplamente galardoada em Portugal e no Brasil.

Entre muitos outros prémios, António Torrado foi galardoado quatro vezes com o Grande Prémio Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens: em 1980 com o livro “ Como se faz cor-de-laranja”, em 1984 com “O livro das sete cores”, em 1996 com “ O mercador de coisa nenhuma” e em 1988 com “ As estrelas – Quando os reis eram príncipes”

Em 1984 recebeu o Prémio de Teatro Infantil da Secretaria de Estado da Cultura.

Foi o candidato de Portugal ao Prémio Hans Christian Andersenem em 2000 e 2014.

E, em 2013, António Torrado foi nomeado para mais um importante prémio na área da literatura infanto-juvenil, o Astrid Lindgren Memorial Award (ALMA).

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