Com curadoria do historiador de arte Carlos Silveira, a mostra – a maior realizada até hoje, segundo o MNAC-MC – irá percorrer seis décadas da carreira do também artista gráfico e caricaturista, considerado uma referência da corrente modernista.
Organizada em quatro secções, na Galeria Millennium BCP, a exposição apresentará obras de diferentes formatos e técnicas, desde desenhos a tinta-da-china, ilustrações a aguarela, pintura a guache ou a óleo, peças de cerâmica decorativa, e painéis de azulejos, indica um texto do site do MNAC.
O curador sublinha que as obras da exposição “Jorge Barradas no Jardim da Europa” “permitirão ao visitante contactar com a diversidade e sofisticação técnica deste importante modernista português do século XX”.
Barradas é considerado um dos artistas de referência da primeira geração de modernistas, surgida com as exposições do grupo dos Humoristas na década de 1910.
“Para além de se afirmar como um caricaturista inovador, Jorge Barradas foi o mais importante artista gráfico dos anos 1920, cronista das mudanças sociais e da febre de viver do pós-guerra. Foi também o renovador da cerâmica artística, já nos anos 1940, tornando-se num prolífico ceramista de grande aceitação no mercado e solicitado para inúmeras encomendas de cerâmica decorativa, em edifícios públicos e privados, por todo o país”, recorda o investigador, no texto do museu.
Na pintura, o artista empreendeu projetos como uma viagem à ilha de São Tomé em 1930 e reinterpretou movimentos vanguardistas como o surrealismo e a abstração gestual, já na década de 1960, no final da carreira.
“A sua obra testemunha a renovação das práticas artísticas em Portugal na primeira metade do século XX”, acentua ainda o investigador Carlos Silveira.
Decorrido um século sobre o auge da produção gráfica de Jorge Barradas, o MNAC-MC “apresenta a maior exposição realizada até hoje sobre este artista multifacetado, cobrindo todo o período de seis décadas de carreira”, assinala a instituição.
A exposição apresentará obras oriundas de coleções institucionais e particulares, sobretudo da Fundação Calouste Gulbenkian e o Museu Nacional do Azulejo, e será publicada uma monografia de referência, da autoria do curador, em parceria com a editora Tinta-da-china.
A mostra - que ficará patente até 27 de agosto - é realizada no âmbito do protocolo existente entre o MNAC, o Instituto de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas/NOVA e a Fundação Millennium BCP.
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