Esta posição foi transmitida por António Costa na sua conta na rede social Twitter, após ter visitado com o líder do executivo espanhol, Pedro Sánchez, a Casa Museu José Saramago, em Lanzarote, na véspera da abertura formal da 34.ª Cimeira Luso Espanhola.

“O legado de José Saramago é um forte laço que liga Portugal e Espanha. Não podia ter começado melhor esta deslocação a Lanzarote”, escreveu o primeiro-ministro português.

Na mesma mensagem, António Costa acrescentou que a visita com Pedro Sánchez à Casa Museu José Saramago “foi um momento de celebração da cultura que nos une”.

“Continuamos a trabalhar em conjunto para uma relação sempre mais sólida”, referiu o líder do executivo português.

O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, e o homólogo espanhol, Pedro Sánchez, visitaram ao fim da tarde de terça-feira a casa do escritor José Saramago na ilha de Lanzarote, no arranque da 34.ª cimeira ibérica, sem terem feito declarações aos jornalistas.

Costa e Sánchez visitaram a casa do prémio Nobel da Literatura de 1998, acompanhados pela mulher do escritor, Pilar del Rio, e pelos ministros da Cultura de Portugal, Pedro Adão e Silva, e de Espanha, Miquel Iceta.

Peça de teatro em português celebra centenário de Saramago em universidade de Madrid

O primeiro-ministro, acompanhado de dez ministros, chegou ao final da tarde a Lanzarote, no arquipélago das Canárias, para a 34.ª cimeira ibérica, que decorre até quarta-feira.

À chegada a Lanzarote, António Costa foi recebido pelo líder do governo espanhol, o também socialista Pedro Sánchez, na residência oficial do governo de Espanha na ilha, conhecida como La Mareta, onde trocaram presentes, segundo fontes dos dois executivos.

António Costa ofereceu a Sánchez o livro "Viagem a Portugal", de José Saramago, e recebeu também um livro, "Lanzarote arquitetura inédita", de Cesar Manrique, o artista, arquiteto e ativista ambiental nascido em Lanzarote em 1919.

Os trabalhos oficiais da 34.ª cimeira ibérica decorrem esta quarta-feira, com foco no intercâmbio cultural, na agenda da União Europeia e na estratégia transfronteiriça comum.

A 34.ª cimeira Luso Espanhola ocorre apenas quatro meses depois da anterior, em novembro, em Viana do Castelo, sobretudo por causa da agenda interna de Espanha neste ano, com eleições regionais e municipais em 28 de maio, eleições legislativas gerais em dezembro, e a presidência do Conselho União Europeia (UE) a partir do segundo semestre.

O encontro entre os dois governos arrancou na terça-feira, com uma agenda prévia que incluiu a visita de Costa e Sánchez à casa museu de José Saramago em Lanzarote, onde o Nobel da Literatura viveu a partir da década de 1990.

José Saramago, para os dois governos ibéricos, “é o símbolo dos fortes elos culturais” existentes entre Portugal e Espanha.

Entre os diferentes acordos que serão assinados em Lanzarote, o Governo português destaca precisamente o referente à programação cultural cruzada entre Portugal e Espanha, que será dedicada aos 50 anos da democracia. Um tema em que se pretenderá realçar o contributo dos agentes culturais portugueses e espanhóis nos processos de transição democrática dos dois países ibéricos em 1974 e 1975.

Segundo fontes dos dois executivos, serão assinados mais de uma dezena de memorandos nesta cimeira, em áreas relacionadas com a cultura, coesão territorial, educação, saúde, ciência ou ensino superior, entre outros.

Em relação às questões europeias, os dois governos destacam o alinhamento de Portugal em matérias como a governação económica ou energia, área em que se realça o “mecanismo ibérico" para limitar o preço do gás usado para produzir eletricidade e o projeto dos gasodutos para transportar hidrogénio entre a Península Ibérica e França (H2MED).