Para muitos serão sempre, e sobretudo, o grupo de "Big In Japan" e "Forever Young", dois dos maiores êxitos dos anos 1980 que venceram a barreira do tempo e cujo apelo atravessa gerações. Mas na verdade os Alphaville têm mantido edições regulares ao longo das décadas, juntando vários álbuns ao currículo depois de uma estreia particularmente bem acolhida em 1984.
"Strange Attractor", lançado este ano, é o exemplo mais recente. Sétimo disco de originais da banda alemã, chega sete anos depois do antecessor, "Catching Rays on Giant", e continua a investida na pop eletrónica. Mas teve um parto atribulado, conta Marion Gold, o vocalista do grupo, ao SAPO Mag: "A preparação de 'Strange Attractor' foi uma fase insana. Enquanto trabalhávamos as canções, mudámos de ideias várias vezes sobre qual a direção que o álbum deveria tomar. E isso levou a um processo com três fases de produção no qual a terceira acabou onde a primeira tinha começado. Daí o longo período de intervalo entre as edições de 'Catching Rays on Giant' e 'Strange Attractor'. Deixámo-nos seduzir pelas possibilidades".
Além das hesitações criativas, o processo de criação do disco tornou-se mais conturbado pelas mortes do teclista Martin Lister, em 2014, de do compositor Rainer Bloss, em 2015. "Todos os elementos da banda ficaram devastados com essas perdas. E uma coisa era certa: o Martin e o Rainer nunca poderiam ser substituídos. Mas nunca poderíamos ter adivinhado o impacto que a partida deles teria na sonoridade da banda. Às vezes não há outra opção a não ser continuar. Ainda assim eles estão connosco em espírito e há muito deles na música do novo álbum", assinala Gold.
Embora o alinhamento da digressão atual dos Alphaville esteja mais ancorado em "Strange Attractor", muitos fãs continuam a aderir aos concertos do grupo para recordar as canções mais antigas, com destaque para as inevitáveis "Big In Japan" e "Forever Young". "Não me importo que tenhamos dois ou três sucessos mundiais na bagagem", confessa o vocalista. "Começámos muito bem porque as reações eram todas muito eufóricas. Mas parece-me que isso teve mais que ver com a composição e não com o estilo das canções. As composições são intemporais. E esse, para mim, é o segredo da maioria das nossas canções e dos próprios Alphaville. Viajamos por tempos e tendências mas não estamos dependentes deles", acrescenta.
Portugal não fica de fora das datas de apresentação do novo álbum e tem direito a duas datas, em Lisboa e no Porto. "Adoramos atuar em Portugal. Foi sempre ótimo não só apresentar aí espetáculos mas também passear. E desta vez vamos atuar não só em Lisboa mas também no Porto, onde nunca estivemos, por isso estamos especialmente ansiosos por voltar e dar o máximo", avança Gold enquanto deixa um aviso: "Quem não for aos concertos vai arrepender-se!".
Os Alphaville atuam a 16 de novembro no Campo Pequeno, em Lisboa, e a 18 de novembro no Coliseu do Porto. Os concertos arrancam às 21h30 com abertura de portas às 20h30.
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