Os peixe : avião já contam com nove anos de carreira e apesar de o seu novo álbum ter como título "Peso Morto", certo é que o grupo continua a demonstrar que ainda tem muitos anos de vida pela frente.

SAPO On The Hop: Apesar de terem passado três anos desde o lançamento do vosso último álbum, bastaram seis meses para finalizar este vosso novo trabalho. Acharam que estava na hora?

peixe : avião (PA): O processo de construção do novo álbum foi desenvolvido num curto espaço de tempo, pois precisávamos de atingir um objetivo por nós traçado, que era de fazermos um novo álbum até ao fim de 2015. Trabalhar por objetivos faz sobressair a inspiração e a desenvoltura necessária para mostrares resultados, para cumprires uma meta.

Como foi o processo de produção deste vosso novo projeto, após terem optado por uma trajetória diferente do habitual nos peixe : avião, no vosso terceiro álbum? Sentiram alguma pressão extra?

PA: O processo acabou por ser similar ao do nosso disco homónimo de 2013. Não sentimos qualquer tipo de pressão extra para além da vontade de fazer um disco com o qual nos sentíssemos satisfeitos.

O que vos fez mudar? Quais são as vossas fontes de inspiração?

PA: Tentamos sempre modificar a nossa abordagem a um novo disco. Achamos que é uma parte fundamental do que nos motiva a ter uma banda e, assim sendo, é complicado para nós replicar fórmulas constantemente. Quanto às nossas fontes de inspiração, elas são diversas e demasiado transversais para listar.

Porquê 'Peso Morto’?

PA: 'Peso Morto' traduz o traço mais pesaroso e compassado dos temas - apesar de continuarmos a jogar com momentos escuros e claros, vagar com movimento, dicotomias, dependendo da inércia de outra força exterior, que remete liricamente para um estado de espírito não propriamente derrotista, mas antes melancólico, pensativo e contemplativo.

Como tem sido a reação ao álbum?

PA: O disco está a ter uma boa receção por parte da dita crítica especializada e, pelo feedback que nos tem chegado, do público em geral. Dá-nos muito gosto em termos o resultado do nosso trabalho conjunto apreciado.

O preto e o branco são cores a que estão associados habitualmente. Existiu ou existe alguma razão especial para essa opção ou não passa de uma decisão espontânea que se tornou força do hábito?

PA: Acreditamos que traduz de uma forma efetiva de contenção e apuro que tentamos produzir a nível musical e sonoro.

Em nove anos de carreira, olhando para trás, como se definiriam antes, e como é que se definem agora? O que mudou e porquê?

PA: Mudou muito, desde o método de composição, até ao resultado final. A necessidade de mudança é imperativa, por uma questão de podermos oferecer novidade a cada novo trabalho. Para além disso, um período de nove anos implica necessariamente mudanças a variadíssimos níveis, e muitas experiências e vivências, o que inevitavelmente se reflete na música que produzimos em conjunto.

O futuro é incerto, mas onde e como gostariam de estar daqui a outros nove anos?

PA: A continuar a sermos uma banda que tenta inovar-se, crescer, ser apelativa e diferente.

Foto: Liliana Mendes e Duarte Costa