Uma nova versão de "Uma Casa na Pradaria!" recebeu luz verde para avançar na Netflix.
Rebecca Sonnenshine, ligada a séries como "The Boys" e "Diários do Vampiro", será a 'showrunner' e produtora executiva do que a plataforma descreveu no comunicado oficial como uma 'reimaginação' para o 'público do século XXI' da série sobre a família Ingalls que se transformou num clássico da televisão norte-americana na década de 1970.
"'Uma Casa na Pradaria' conquistou os corações e a imaginação de tantos fãs à volta do mundo e estamos entusiasmados por partilhar os seus temas intemporais de esperança e otimismo com uma nova visão desta história icónica”, disse Jinny Howe, vice-presidente para as séries de drama na Netflix.
Os 11 livros escritos entre 1932 e 1943 que romantizam a infância e juventude da escritora Laura Ingalls Wilder (1867-1957) no Minnesota rural do século XIX estiveram na base da aclamada série com Michael Landon e Melissa Gilbert que juntou as famílias ao longo de 205 episódios e dez temporadas, entre 1974 e 1983.
No ano passado, a série voltou a mostrar a sua popularidade na plataforma norte-americana Peacock, com 13,3 mil milhões de minutos visualizados.
A nova versão que junta a CBS Studios e a Anonymous Content Studios vai acompanhar a família quando deixa o Wisconsin para Independence, no Kansas, com a presença de personagens da nação indígena Osage, já que a primeira temporada adaptará o livro inicial.
O comunicado não faz qualquer referência a "Pioneer Girl", a autobiografia de Laura Ingalls (Melissa Gilbert na série) publicada pela primeira vez em 2014 numa versão anotada que revelou que a imagem bucólica mostrada nos romances e na TV estava longe da vida dura experimentada pela família.
Foi a filha e primeira editora Rose Wilder Lane que incentivou o rascunho, escrito entre 1929 e 1930. Após ser rejeitado pelos editores, convenceu a mãe a reescrever a maior parte das histórias para um público infantil, com o resultado a ser "Uma Casa na Pradaria".
A biografia, sucesso de vendas nos EUA, mostrava sem artifícios a aventura dos colonos que conquistaram o Oeste Americano em busca de uma nova vida e que, em muitos casos, os colocou à margem da lei.
Muitas situações presentes no livro foram retiradas das adaptações porque foram consideradas muito violentas. Na vida real, Laura Ingalls cuidava de uma mulher doente, cujo marido, alcoólico, a tentou violar.
Há 11 anos, Nancy Tystad Koupal, diretora da editora Sociedade Histórica da Dakota do Sul, contou à France-Presse que a família Ingalls não era rica, tinha poucos recursos e não era dona da sua "casa na pradaria": vivia em apartamentos que o pai nem sempre podia pagar.
"Uma vez, a família fugiu durante a noite para não pagar a renda", revelou.
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