Vencedor de dois Grammys, Elling regressa a Portugal para atuar em Leiria a convite da orquestra dirigida por César Cardoso e hoje, na véspera do primeiro ensaio, o cantor valorizou a colaboração.

“A ‘big band’ ligou-me e disse-me: 'Gostávamos que viesse atuar connosco'. Eu já tive o privilégio de trabalhar com ‘big bands’ e orquestras um pouco de todo o mundo e nunca sei exatamente como funciona em conjunto. Mas fico sempre agradecido por haver pessoas que conhecem o meu trabalho e querem que eu passe algum tempo com eles. Para mim é uma dádiva estar aqui”, disse à agência Lusa.

Pela sexta vez em Portugal, Kurt Elling lembra-se das anteriores passagens por Lisboa “e um sítio muito a norte” (Vila Real), destacando “os passeios e a comida, que é sempre excelente”.

Em Leiria, o cantor norte-americano vai encontrar uma orquestra que só conhece pelo que viu online e pelo material que lhe foi enviado.

“Vou conhecer toda a gente hoje à noite no ensaio. Há músicos fabulosos, muito talentosos e dedicados um pouco por todo o mundo. Não tem de ser ou viver numa grande cidade para ser um bom [músico]. Se tiver paixão pela música, se praticar e trabalhar muito e se tiver coração e espírito, um músico pode ser bom. O resto não interessa muito”, disse, sobre o facto de atuar no sábado com uma orquestra fora de uma grande cidade.

Neste concerto, Kurt Elling terá a acompanhá-lo pela primeira vez em Portugal uma orquestra, depois de, nas ocasiões anteriores, ter tocado com quarteto.

“É diferente, mas sinto-me feliz por poder tocar música com profissionais de qualidade e cantar tão bem quanto consigo. O tamanho [da formação musical]… é como jantar com um amigo ou com 16 pessoas. São diferentes tipos de divertimento”, afirmou à Lusa.

O espetáculo da OJL com Kurt Elling em Leiria, no Teatro José Lúcio da Silva, é no sábado, às 21h30, e a lotação está já esgotada. O cantor e compositor promete uma noite em cheio.

“Vamos tocar o meu programa para ‘big band’, com uma combinação de Duke Ellington, John Coltrane, alguns ‘standards’, uma balada… Vamos divertir-nos, vai haver ‘swing’ a valer e vamos tentar fazer todas as pessoas tão satisfeitas quanto conseguirmos. É essa a minha missão”.

Garantida está a homenagem a Wayne Shorter, saxofonista norte-americano que morreu no dia 02 de março, aos 89 anos.

Segundo o maestro César Cardoso, serão interpretados dois temas, um deles, “Where to find it”, escrito por Shorter, com letra de Elling e arranjo do próprio César Cardoso, a estrear amanhã.

“Vamos falar do Wayne, garantidamente. Não é apenas uma perda. Do que eu compreendo e sei dele, estava pronto [para a morte]: era budista há muito tempo e creio que é seguro dizer que este não é um fim, mas sim uma esquina que ele virou e a jornada continua”, comentou Kurt Elling.

O cantor agradece a Wayne Shorter “por existir e pelo incrível contributo que ele deu à música e ao mundo, com o exemplo que deixou”.

“Na mão-cheia de vezes que nos encontrámos, Wayne foi sempre inspirador e generoso. Estou muito agradecido por ele me ter deixado escrever tantas letras para várias das suas obras”, acrescentou.

Para César Cardoso, o concerto da OJL com Elling “é uma experiência única”.

“Estamos extremamente entusiasmados. É uma referência enorme do panorama jazzístico mundial. Vai ser ser o nosso primeiro convidado internacional e ser ele torna o momento ainda mais especial”, concluiu o maestro.

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