A queima das fitas levou, como de costume, o Porto inteiro até ao queimódromo, mas nem isso impediu o desenrolar de uma noite fantástica no antigo Mercado Ferreira Borges,ao som do que a vocalista do grupointitulou de "whisky music".

A banda, constituída pela voz forte de Delila Paz, por um baixista, um baterista e um guitarrista, animou aquela quefoi uma das noites mais quentes que acidade do Porto já viveu em 2012. O facto dos The Last Internationale terem dois luso-descendentes na formação - um na bateria; outro na guitarra - trouxe o patriotismo ao de cima, entre a assistência, apesar das palavrasproferidas em português terem servido, precisamente, para informar os presentes que a banda não se exprimia com facilidade na língua nacional.

O rock, o blues e o folk alternaram-se ao longo dos 14 temas interpretados num cenário intimista. As músicas, curtas mas intensas, caminharam entre o álbumem apresentaçãoe o primeiro trabalho discográfico da banda.

Em Fuzzy little criatures, Delila, acompanhadade uma pandeireta, dirige-se àqueles que se aproveitam de corações partidos: "If i fuck you behind that door, you will call me a dirty hore, but if i turn down your propositions then i’m a lesbian and still a hore”. Winter soldier, The house of the rising sun e Crawlin’ queen snake foram algumas das músicas também tocadas.

World inside my head e Life, Liberty and the persuit of Indian blood, singles do segundo disco, também se fizeram ouvir, com a vocalista de megafone em punho, soltando gritos aqui e ali, a fazer lembrar, por vezes, PJ Harvey.

Ao fim de uma hora e um quarto de concerto, o público, reduzido, abandonou a sala conquistado.

Texto: Isabel Cortez

Fotografias: Nuno Gabriel Moreira