O convite para o Cambridge Jazz Festival aconteceu após uma atuação com lotação esgotada em 2018, naquele que foi o "concerto com mais impacto no Reino Unido”, afirmou o vocalista, Tatanka, em declarações à agência Lusa.
"O que eu senti na primeira vez foi uma coisa muito automática - começámos a tocar e as pessoas reconheceram automaticamente o que estávamos a propor fazer”, contou, o que atribuiu à relação entre a música americana, na qual os The Black Mamba se inspiram, e a inglesa.
Formada em 2010, o sexteto assume influências de blues, soul e funk, e as letras são todas em língua inglesa, o que “também ajuda”, reconhece Tatanka, “porque eles entendem o que estamos a dizer - espero eu”.
O espetáculo, salientou, é um resultado da colaboração entre a produtora portuguesa Sons em Trânsito com a britânica Deleted Scene, e de um “esforço” da banda para chegar a "mercado apetecível que gostávamos muito de alcançar”.
Antes do concerto em Cambridge, os The Black Mamba estrearam-se no Reino Unido em Londres em 2017, voltaram em 2021 e pretendem regressar à capital britânica em 2023 para promover o quarto álbum, que deverá ser lançado no início do primeiro trimestre do próximo ano.
"Last Night in Amsterdam” foi instigado por uma viagem a Amesterdão em 2018, no final de uma digressão europeia, quando a banda ficou alojada no ‘Red Light District’, o bairro conhecido pela animação noturna e espaços de prostituição legalizados.
“Aquilo inspirou-nos porque quando começámos éramos uma banda boémia. Vivíamos no Bairro Alto, tocávamos todas as noites e todas as noites era festa. Sentimos um bocadinho falta desse imaginário de que tratavam as letras dos primeiros dois discos”, revelou o vocalista.
Tatanka diz ter-se baseado em relatos sobre a Amesterdão dos anos 1970 do amigo Carlos Gonçalves, vocalista do grupo português Corpo Diplomático, e do escritor brasileiro Paulo Coelho, que conta as experiências pessoais naquela cidade no livro “Hippie".
"Algumas histórias são verdadeiras, outras histórias são fictícias - a maior parte, obviamente. Estamos também a fazer um som muito mais retro, a tentar soar daquela forma, mais funk, mais soul”, adiantou à Lusa.
O disco está atualmente em fase final de gravação e produção, sendo o sucessor de “The Mamba King” (2018), “Dirty Little Brother” (2014) e “The Black Mamba” (2012).
Este ano, os The Black Mamba venceram a categoria de Melhor Grupo dos Play – Prémios da Música Portuguesa, 4.ª edição, batendo os nomeados Moonspell, Os Quatro e Meia e Wet Bed Gang.
Em 2021 alcançaram reconhecimento internacional quando representaram Portugal na final da 65.ª edição do Festival Eurovisão da Canção com "Love Is On My Side”, uma canção integralmente em inglês, que alcançou o 12.º lugar no concurso.
Porém, a banda já tinha um percurso com sucesso, tendo enchido os Coliseus de Lisboa e do Porto em 2018, e é uma presença regular nos grandes festivais de música portuguesa há vários anos.
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