A Áustria é o país convidado da edição deste ano do festival, que tem caráter itinerante por terras alentejanas, e que se iniciou em maio.

Do cartaz fazem parte artistas austríacos como o violinista Johannes Fleischmann, os pianistas Sabina Hasanova e Bernhard Parz ou o violoncelista Jörg Ulrich Krah.

Na edição do ano passado, a programação do Terras Sem Sombra contou com a participação do trio austríaco Klavis, que tocou em Ferreira do Alentejo, também no distrito de Beja.

A ação promocional do festival na capital austríaca começa sexta-feira e prossegue durante o fim de semana. Esta ação conta com a participação de autarcas alentejanos, de “entidades ligadas à cultura, entre outras áreas da sociedade civil”, e que terão "encontros bilaterais" com entidades austríacas, explicou fonte do festival à agência Lusa.

O recital de Carla Caramujo e Pedro Costa, intitulado “Ao Encontro da Alegria: A Música Portuguesa no Contexto da Música Europeia (Séculos XIX-XXI)”, inclui peças de Franz Schreker, Lili Boulanger, António Fragoso, Francisco de Lacerda, Fernando Obradors, Richard Strauss e Fernando C. Lapa.

Em comunicado, o festival fez notar o facto de ter sido “preterido nos últimos concursos da Direção-Geral das Artes, à semelhança de muitas iniciativas artísticas situadas fora de Lisboa ou do Porto”, e, “ao mesmo tempo triunfa fora de portas e granjeia parceiros internacionais”.

Sobre a falta de apoio do Estado, no mesmo documento, a diretora executiva do evento, Sara Fonseca, alertou: “O Alentejo está em risco de perder a sua única temporada de música erudita; ainda há, em Portugal, quem entenda que um residente no interior não deve ter as mesmas oportunidades de acesso à cultura do que quem vive nas grandes áreas metropolitanas”.

Em maio, na apresentação da programação do festival, em Lisboa, em declarações à Lusa, Sara Fonseca não poupou críticas ao Governo e afirmou que, “no âmbito da cultura, o Estado tem vindo a deixar que a sociedade civil se empenhe e empenhe financeiramente”, o que considerou que “não é justo, nomeadamente, num território como o Alentejo”.