“Estamos a celebrar os 50 anos do 25 de Abril e acabámos por construir um programa que nos traga esta ideia de revolução, não forçosamente no sentido de revolução política, mas de revoluções na arte, em particular na música”, explicou à agência Lusa o diretor artístico do festival, António Vassalo Lourenço.
Desde que Vassalo Lourenço assumiu a programação, há cinco anos, é a primeira vez que o festival organizado pelo Orfeão assume uma linha temática.
“A música e a história da música está cheia de revoluções”, que podem ser “processos composicionais, música que foi escrita para contextos sociopolíticos ou que surgiu em função de ter havido revoluções”.
“Foi essa abordagem que se pretendeu fazer”, sublinhou o diretor artístico, destacando o concerto de abertura, pela Banda Sinfónica Portuguesa, “pela primeira vez em Leiria”.
“Nesse concerto, ‘História e Revolução’, o programa apresenta obras que foram marcantes na composição musical ou na história da música”, antecipou o maestro.
Já o espetáculo de João Roiz Ensemble convida a “uma reflexão musical acerca da dialética, nem sempre consensual, entre revolução-evoluções”. E o Ludovice Ensemble promete para Leiria “o ambiente do salão de Maria Antonieta antes da Revolução Francesa”.
Quanto a efemérides, serão assinalados o Dia Mundial da Voz e os 200 anos do nascimento do compositor austríaco Anton Bruckner.
A programação integra ainda dois espetáculos de dança, um deles da Companhia de Dança de Niterói, do Brasil. A internacionalização do festival faz-se também através da atuação dos espanhóis Cupeiro & Vent a Cinc.
O programa do Música em Leiria leva duas dezenas de espetáculos a Leiria, Batalha, Marinha Grande, Porto de Mós, Pombal, Ansião, Alvaiázere, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Pedrógão Grande e ainda a Fátima, no distrito de Santarém.
Num momento prévio, o festival integra o II Ciclo de Órgão de Leiria, que apresenta cinco concertos entre 2 e 10 de março.
A abertura oficial acontece no dia 17 de março, com a Banda Sinfónica Portuguesa e o saxofonista Daniel Lourenço no Teatro José Lúcio da Silva (TJLS).
Pelo mesmo palco passa no dia 23 de março a Companhia de Dança de Niterói, com “Pedra doce - Poética de Cora Coralina”. Nesse dia, mas na Igreja do Mosteiro da Batalha, é apresentada a “Missa de Bruckner”, pelo Coro DECA e Ensemble Sopros Universidade de Aveiro.
Em Porto de Mós, na Igreja de São Pedro, no dia 24 de março, há concerto de Páscoa, com o coro Ninfas do Lis, a Camerata do Orfeão de Leiria e Rute Martins ao órgão. Também nesse dia o festival chega ao Teatro-Cine de Pombal, com “Desconcerto”, dos Ad Libitum.
Dia 28 de março, no TJLS, há Concerto Estágio de Páscoa, com a Orquestra de Sopros de Leiria.
Em abril, no dia 5, a Kumpanhia Algazarra está no TJLS para celebrar 20 anos de carreira.
De Llíria, Valência, chega a Leiria o músico Cupeiro e o quinteto Vent a Cinc. O espetáculo dos espanhóis chama-se “Los sonidos olvidados” e será apresentado no Teatro Miguel Franco (TMF), em Leiria, a 7 de abril.
No Centro de Diálogo Intercultural de Leiria (CDIL) ouve-se “50 anos de 25 de abril: Revoluções-Evoluções”, pelo João Roiz Ensemble, no dia 10 de abril.
No TJLS, Dança em Diálogos leva a palco “Requiem - A única censura que deveria existir é censurar a censura” no dia 13 de abril.
No Dia Mundial da Voz, a 16 de abril, a Escola de Música do Orfeão de Leiria apresenta-se no CIDL, data assinalada também no dia 17, com o espetáculo “A saudade na música portuguesa”; com Vera Silva (soprano), Patrícia Sousa (piano) e Sara Maia (atriz) no Solar dos Ataídes, em Leiria.
Para o dia 20 de abril está prometido concerto do Ludovice Ensemble na Igreja de S. Francisco, em Leiria, com “O salão de Maria Antonieta: Banda sonora de uma Revolução”.
O jazz tem dois momentos previstos, pela Big Band do Orfeão, no dia 21 de abril, no TMF, e com “Not far from Paradise”, de Eduardo Cardinho, no Teatro Stephens, na Marinha Grande, em data a anunciar.
O encerramento do festival será a 24 de abril, com uma comemoração dos 50 anos do 25 de Abril, pela Orquestra Filarmonia das Beiras, com Vitorino & Janita Salomé.
Extra festival, o Música em Leiria aponta para junho a estreia da obra “O tesouro”, do Orfeão de Leiria, produção baseada na história de Manuel António Pina, que estará em digressão pelos concelhos da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria.
Comentários